ATA DA QUADRAGÉSIMA OITAVA SESSÃO ORDINÁRIA DA
QUARTA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA PRIMEIRA LEGISLATURA, EM
14.06.96.
Aos quatorze dias do mês de junho
do ano de mil novecentos e noventa e seis, reuniu-se, na Sala de Sessões do
Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às nove horas e
quinze minutos foi realizada a chamada, sendo respondida pelos Vereadores Airto
Ferronato, Artur Zanella, Clênia Maranhão, Clovis Ilgenfritz, Décio Schauren,
Dilamar Machado, Edi Morelli, Elói Guimarães, Fernando Záchia, Giovani Gregol,
Guilherme Barbosa, Helena Bonumá, Henrique Fontana, Isaac Ainhorn, João Dib,
João Motta, João Verle, Jocelin Azambuja, José Valdir, Lauro Hagemann, Luiz
Braz, Luiz Negrinho, Maria do Rosário, Mário Fraga, Nereu D’Ávila, Paulo Brum,
Pedro Américo Leal, Pedro Ruas, Raul Carrion, Reginaldo Pujol, Wilton Araújo e
Letícia Arruda. Constatada a existência de “quorum”, o Senhor Presidente
declarou abertos os trabalhos e determinou que fossem distribuídas em avulsos
cópias das Atas da Trigésima Oitava e Trigésima Nona Sessões Ordinárias. À MESA
foram encaminhados: pelo Vereador Antonio Hohlfeldt, 11 Pedidos de
Providências; pelo Vereador Dilamar Machado, 01 Requerimento de desarquivamento
do Projeto de Lei do Legislativo nº 77/95 (Processo nº 1774/95); pelo Vereador
Isaac Ainhorn, 01 Projeto de Lei do Legislativo nº 96/96 (processo nº 1671/96).
Do EXPEDIENTE constaram: Ofícios nºs: 227/96, do Senhor Cézar Alvarez, do
Gabinete do Prefeito Municipal de Porto Alegre; 239/96, do Senhor William
Kalil, Chefe do Gabinete Substituto do Instituto Nacional de Colonização e
Reforma Agrária - INCRA; 244, 247, 248 e 249/96, do Deputado Estadual Paulo
Vidal e 256, 257, 258, 259, 260, 261 e 262, do Senhor Prefeito Municipal. A
seguir, o Senhor Presidente apregoou o Projeto de Resolução nº 17/96 (Processo
nº 1672/96). Em prosseguimento, o Senhor Presidente apregoou Licença para
Tratamento de Saúde do Vereador Airto Ferronato, referente ao dia doze de junho
último, que deixou de ser apregoada na Sessão passada pelo seu encerramento.
Após, nos termos do artigo 100 da Lei Orgânica Municipal - Tribuna Popular, o
Senhor Presidente concedeu a palavra a Senhora Marília Ramos de Etchepare, da
Clínica Kinder Physioglobal, que discorreu sobre as dificuldades financeiras da
Entidade no atendimento a excepcionais em função do repasse de verbas públicas
para o programa de convênio firmado. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Edi
Morelli, reportou-se ao tema da Tribuna Popular, comentando o descaso do setor
público, nas três esferas, para com a questão da saúde. O Vereador José Valdir
comentou os retrocessos verificados nas áreas da assistência social e da saúde
pelo descaso do Governo Federal. A Vereadora Clênia Maranhão falou sobre a
necessidade de implementação de políticas efetivas na área de assistência
social, as quais sejam capazes de torná-la imune às contingências de verbas
impróprias e emergencialmente dotadas. Em COMUNICAÇÃO DE PRESIDENTE, o Vereador
Isaac Ainhorn comentou a ineficácia das políticas públicas para o setor de
assistência social, em função do desmonte das estruturas destinados a este fim
no Estado. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Raul Carrion solidarizou-se com
os ocupantes da Tribuna Popular, dizendo que as políticas de inação quanto à assistência
social são integrantes do projeto neoliberal de desmonte do setor público,
incluindo aí as políticas desta natureza. O Vereador Pedro Américo Leal teceu
considerações sobre o desvio das verbas destinadas às políticas de saúde
pública e de assistência social da alçada do Estado e, principalmente, da
União. Às dez horas e dezenove minutos os trabalhos foram regimentalmente
suspensos, sendo retomados às dez horas e vinte e dois minutos. Em PAUTA
ESPECIAL, Discussão Preliminar, esteve em 5ª Sessão, o Projeto de Lei do
Executivo nº 31/96. Em PAUTA, Discussão Preliminar, 1ª Sessão, estiveram: o
Substitutivo nº 01 ao Projeto de Lei do Legislativo nº 01/93, discutido pelos
Vereadores Artur Zanella e Airto Ferronato, o Projeto de Lei Complementar do
Legislativo nº 11/96, os Projetos de Lei do Legislativo nºs 76, 77, 78, 79, 80,
81, 82, 83, 84, 85, 86 e 88/96; em 2ª Sessão, esteve o Projeto de Lei
Complementar do Legislativo nº 10/96; em 3ª Sessão, esteve o Projeto de Lei do
Legislativo nº 72/96. A seguir, constatada a existência de “quorum”, foi
iniciada a ORDEM DO DIA. Na ocasião, foi aprovado Requerimento do Vereador João
Dib solicitando alteração na ordem de apreciação da matéria constante na Ordem
do Dia. Em prosseguimento, foi aprovado Requerimento do Vereador Edi Morelli
solicitando seja adiada por uma Sessão a discussão do Projeto de Lei do
Legislativo nº 139/95. Às dez horas e quarenta minutos os trabalhos foram
regimentalmente suspensos para a realização de reunião conjunta das Comissões
Permanentes, sendo reabertos às dez horas e quarenta e oito minutos,
retomando-se a ORDEM DO DIA. Em Discussão Geral e Votação Nominal, foi
aprovado, por vinte e sete votos SIM o Projeto de Lei do Legislativo nº 40/96,
votando Sim os Vereadores Airto Ferronato, Artur Zanella, Clovis Ilgenfritz,
Décio Schauren, Dilamar Machado, Edi Morelli, Elói Guimarães, Fernando Záchia,
Giovani Gregol, Guilherme Barbosa, Helena Bonumá, Henrique Fontana, Isaac
Ainhorn, João Dib, João Motta, João Verle, Jocelin Azambuja, José Valdir, Lauro
Hagemann, Luiz Braz, Maria do Rosário, Mário Fraga, Nereu D’Ávila, Paulo Brum,
Pedro Américo Leal, Reginaldo Pujol e Letícia Arruda. Em Discussão Geral e
Votação nominal, foi aprovado, por vinte e cinco votos SIM o Projeto de Lei do
Legislativo nº 48/96, votando Sim os Vereadores Airto Ferronato, Artur Zanella,
Clovis Ilgenfritz, Décio Schauren, Dilamar Machado, Elói Guimarães, Fernando
Záchia, Giovani Gregol, Guilherme Barbosa, Helena Bonumá, Henrique Fontana,
João Dib, João Motta, Jocelin Azambuja, José Valdir, Lauro Hagemann, Luiz Braz,
Maria do Rosário, Mário Fraga, Nereu D’Ávila, Paulo Brum, Pedro Ruas, Pedro
Américo Leal, Raul Carrion e Letícia Arruda. Em Votação, foi aprovado o Projeto
de Lei do Executivo nº 02/96. Em Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do
Legislativo nº 37/96, com ressalva da Emenda nº 01, que logo após, foi
aprovada. Em Votação, após ser encaminhado pelos Vereadores Nereu D’Ávila e
Airto Ferronato, foi aprovado o Projeto de Resolução nº 10/94, com ressalva das
Emendas e dos destaques apostos que foram, a seguir, apreciados; foi rejeitada,
em votação nominal solicitada pelo Vereador João Verle, a Emenda nº 07 ao
Projeto de Resolução nº 10/94, destacada por Sua Excelência, por onze Votos SIM
e doze Votos NÃO, votando Sim os Vereadores Dilamar Machado, Elói Guimarães,
Fernando Záchia, Isaac Ainhorn, João Dib, Jocelin Azambuja, Luiz Braz, Nereu
D’Ávila, Pedro Américo Leal, Wilton Araújo e Letícia Arruda, e Não os
Vereadores Airto Ferronato, Clovis Ilgenfritz, Décio Schauren, Giovani Gregol,
Guilherme Barbosa, Helena Bonumá, Henrique Fontana, João Motta, João Verle,
José Valdir, Lauro Hagemann, Maria do Rosário, ficando, assim, prejudicadas as
Subemendas nºs 01, 02 e 03 à Emenda nº 07; foram aprovadas em bloco as Emendas
nº 01, 03, 05, 06 e 09; em verificação de votação solicitada pelo Vereador João
Verle, foi rejeitada a Emenda nº 14 por doze Votos SIM e onze Votos NÃO,
votando Sim os Vereadores Airto Ferronato, Dilamar Machado, Elói Guimarães,
Fernando Záchia, Isaac Ainhorn, João Dib, Jocelin Azambuja, Luiz Braz, Nereu
D’Ávila, Pedro Américo Leal, Wilton Araújo e Letícia Arruda, e Não os
Vereadores Clovis Ilgenfritz, Décio Schauren, Giovani Gregol, Guilherme
Barbosa, Helena Bonumá, Henrique Fontana, João Motta, João Verle, José Valdir,
Lauro Hagemann e Maria do Rosário; em votação nominal solicitada pelo Vereador
Isaac Ainhorn, foi rejeitada, por três votos SIM e vinte e dois Votos NÃO a
Emenda nº 16 ao Projeto de Resolução nº 10/94, votando Sim os Vereadores
AirtoFerronato, Edi Morelli Elói Guimarães, e Não os Veradores Clovis
Ilgenfritz, Décio Schauren, Dilamar Machado, Fernando Záchia, Giovani Gregol,
Guilherme Barbosa, Helena Bonumá, Henrique Fontana, Isaac Ainhorn, João Dib,
João Motta, João Verle, Jocelin Azambuja, José Valdir, Lauro Hagemann, Luiz
Braz, Maria do Rosário, Nereu D’Ávila, Paulo Brum, Pedro Américo Leal, Wilton
Araújo e Letícia Arruda. A seguir, foi aprovada a Subemenda nº 01 à Emenda nº
01 ao Projeto de Resolução nº 10/94. A seguir, o Senhor Presidente informou que
as Emendas nº 02 e 13 foram retiradas da tramitação pelos autores, que a
Subemenda nº 01 à Emenda nº 02 e as Emendas nºs 04 e 15 restaram prejudicadas e
que as Emendas nº 08, 10, 11 e 12 deixaram de ser submetidas à votação em
virtude dos pareceres contrários obtidos, coadunando-se com a regra do artigo
55 do Regimento, sendo que, todas Emendas e Subemendas referidas foram as
apostas ao Projeto de Resolução nº 10/94. Em Discussão Geral, 1ª Sessão, esteve
o Projeto de Resolução nº 43/95. Na ocasião, o Senhor Presidente, Vereador
Isaac Ainhorn, informou ao Plenário que ausentar-se-ia momentaneamente para
receber no Gabinete da Presidência, o Ministro da Educação, Senhor Eduardo
Krause. A seguir, acolhendo Questões de Ordem dos Vereadores Airto Ferronato,
João Dib e Luiz Braz sobre as deficiências na redação e definição do objeto e
destinatário do Requerimento nº 120/96 (Processo nº 1647/96), do Vereador
Gerson Almeida, solicitando Moção de Apoio aos pais, professores e alunos da
Escola Estadual Gema Angelina Belia, à sua luta contra a entrega pelo Estado do
terreno em que se encontra a escola há mais de quatorze anos, o Senhor
Presidente determinou sua retirada da Ordem do Dia. A seguir, foi aprovado o
Requerimento nº 122/96 (Processo nº 1674/96), de autoria do Vereador José
Valdir, solicitando Moção de Apoio à luta empreendida pela Clínica Kinder
Physioglobal. Às onze horas e cinqüenta e sete minutos os trabalhos foram
regimentalmente suspensos, sendo retomados às onze horas e cinqüenta e oito
minutos. A seguir, acolhendo Questão de Ordem do Vereador Henrique Fontana, o
Senhor Presidente colocou em votação Requerimento de Sua Excelência solicitando
seja considerado em regime de urgência o Projeto de Lei do Executivo nº 33/96
(Processo nº 1542/96), que, após ser encaminhado à votação pelos Vereadores
João Dib, Henrique Fontana, Dilamar Machado, Jocelin Azambuja e Airto
Ferronato, teve sua votação nominal solicitada pelo Senhor Presidente declarada
nula por Sua Excelência face à inexistência de “quorum”. Durante os trabalhos,
o Senhor Presidente informou que realizou visita à Vila Cosme Galvão, como
membro da Comissão Externa constituída para avaliar a desafetação que tramita
acerca daquela área. Às doze horas e trinta e oito minutos, constatada a
inexistência de “quorum”, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos,
convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima
segunda-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos
Vereadores Isaac Ainhorn, Mário Fraga, Edi Morelli e Fernando Záchia e
secretariados pelos Vereadores Fernando Záchia e Edi Morelli, este como
Secretário “ad hoc”. Do que eu, Fernando Záchia, 1º Secretário, determinei
fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será
assinada por mim e pelo Senhor Presidente.
ERRATA
ATA DA QUADRAGÉSIMA OITAVA SESSÃO ORDINÁRIA DA
QUARTA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA PRIMEIRA LEGISLATURA - EM
14.06.1996.
-
Após o pronunciamento do Vereador Pedro Américo Leal, efetuado durante o
período de Comunicação de Líder, deve ser acrescentado: “Na ocasião, o Vereador
Edi Morelli, em Questão de Ordem, informou ter encaminhado Ofício a políticos
representativos do Estado e de seu Partido, relativo aos problemas financeiros
enfrentados pela Clínica Kinder Physioglobal e outras clínicas particulares do
País. Também, solicitou seja constituída Comissão de Vereadores para tratar do
assunto junto ao Governo Estadual. Ainda, o Vereador João Dib, em Questão de
Ordem, solicitou que as providências com respeito ao assunto tratado em Tribuna
Popular fossem agilizadas através de contatos telefônicos”.
-
Após os registros referentes às Comunicações de Líder, antes do período de
PAUTA ESPECIAL, deve ser acrescentado: “A seguir, o Vereador Henrique Fontana
formulou Requerimento verbal solicitando alteração na ordem dos trabalhos,
Requerimento este posteriormente retirado pelo Autor”.
-
Após os registros referentes ao período de PAUTA, deve ser acrescentado : “Na
ocasião, respondendo a Questão de Ordem do Vereador Artur Zanella, o Senhor
Presidente prestou informações acerca da leitura e da ordem de discussão dos
processos em Pauta”.
-
Durante a ORDEM DO DIA, após os registros referentes ao Projeto de Resolução nº
43/95, onde se lê “(...)A seguir, acolhendo Questões de Ordem dos Vereadores
Airto Ferronato, João Dib e Luiz Braz sobre deficiências na redação e definição
do objeto e destinatário do Requerimento nº 120/96 (...)”, leia-se “(...)A
seguir, acolhendo Questões de Ordem dos Vereadores Airto Ferronato, João Dib,
Guilherme Barbosa, João Motta e Luiz Braz, sobre deficiências na redação e
definição do objeto e destinatário do Requerimento nº 120/96(...)”.
-
Antes dos registros referentes ao encerramento dos trabalhos, deve ser
acrescentado: “Na ocasião, o Senhor Presidente, respondendo a Questões de Ordem
dos Vereadores Luiz Braz, Dilamar Machado e João Dib, prestou informações
acerca do encaminhamento a ser dado à votação do Requerimento do Vereador
Henrique Fontana, relativo ao Projeto de Lei do Executivo nº 33/96. Também, em
Questão de Ordem, o Vereador Clovis Ilgenfritz registrou não ter participado de
visita efetuada por Vereadores da Casa à Vila Cosme Galvão por encontrar-se em
Licença para Tratamento de Saúde, e o Vereador Luiz Braz indagou acerca da
existência de Parecer resultante dessa visita. Ainda, durante a Sessão, o
Vereador Jocelin Azambuja solicitou esclarecimentos acerca do Pedido de
Informações nº 141/97, de autoria do Vereador João Dib”.
O SR. PRESIDENTE (Isaac Ainhorn): Passamos à
TRIBUNA POPULAR
Convidamos, para integrar a
Mesa, a Dra. Marília Ramos de Etchepare, que comparece a esta Casa, a partir da
formulação de uma manifestação da Clínica Kinder Physioglobal, para tratar de
um assunto que julgamos que esta Mesa Diretora e esta Casa entendem
extremamente relevante, sério e com o qual temo-nos preocupado inúmeras vezes,
em razão de Projetos que tramitam aqui, buscando atender a questões que
envolvam os deficientes que têm seus direitos em relação à sociedade, mas que,
por parte do Estado, muitas vezes, esses direitos lhes são sonegados.
Ressaltamos que, na última
quarta-feira, foi aprovado um Projeto de Lei do Ver. Paulo Brum, aqui nesta
Casa, que concedeu a isenção da passagem do transporte coletivo às pessoas que
possuem a Síndrome da AIDS. Sabemos das enormes dificuldades de emprego, de
locomoção por que passam essas pessoas, na busca de remédios e o atendimento
médico necessário. Esta Casa, sensível a essa questão, extremamente séria,
aprovou na última quarta-feira um Projeto de Lei da isenção tarifária, a partir
da responsabilidade social da sociedade e do Estado, em relação a essas
pessoas. Portanto, neste momento, concedemos a palavra à Dra. Marília Ramos de
Etchepare.
A SRA. MARÍLIA RAMOS ETCHEPARE: Sr. Presidente e Srs. Vereadores,
quero cumprimentar os Vereadores, principalmente, os pais que aqui se encontram
embora o número seja ainda bastante pequeno. Gostaria de deixar o mais claro
possível a situação de todas as entidades que atendem essas crianças. Uma
pequena história: no dia 30 de janeiro, assinamos um compromisso com o Governo,
nós, as entidades que atendem os excepcionais, junto ao Governo do Estado. No
dia 26 de abril, recebemos um cheque, correspondente a janeiro e fevereiro, sem
a parceria do Governo que assim tinha se proposto, junto à União. Temos um
descaso total em relação à Lei Orgânica de Assistência Social, - LOAS. Não
temos o cumprimento desta lei, ela está sendo ignorada, e toda a população
precisa estar a par e ter o direito a ela. Soubemos, anteontem, do Orçamento da
União, mais contingenciamento, ou seja, agora, as verbas só serão repassadas
para o que for mais necessário. Quer dizer, haverá cortes. Então, sabemos que
dinheiro para esse atendimento não tem, não existe. Estamos em junho e não
recebemos além de janeiro e fevereiro. A situação é muito grave, nós já estamos
indo para o final do 4º mês. Todas as entidades têm técnicos que trabalham com
essa população, essas pessoas não têm mais dinheiro para se locomover até as
entidades. Então, a partir de segunda-feira nós temos quase a absoluta certeza
de que 80% dos técnicos não vão comparecer ao trabalho por falta de dinheiro.
Temos plena consciência de que ninguém consegue trabalhar com falta de
dinheiro, é inviável. Se qualquer um dos Senhores ficar um ou dois dias sem
receber, eu tenho certeza de que vocês não estariam sentados aqui. A nossa
situação é grave! É Insuportável.
Então, nós gostaríamos de
pedir aos Senhores um apoio no sentido de nos ajudarem em relação a isso.
Queremos deixar claro também
que as entidades, até hoje, têm trabalhado, todo o pessoal da direção, os
técnicos, sem faltar um dia e com todo o amor e carinho, continuam atendendo,
só que existe um limite, não de vontade, a vontade é continuar, só que não
temos mais essa condição.
Nós tínhamos um convênio com
a LBA que nos dizia sempre que toda a paralisação significaria corte do
convênio. Hoje nós temos um novo convênio, o qual não lemos ainda, assinamos no
dia 26 de abril e ainda não temos cópia. Portanto, não sabemos o que está
escrito ali, em relação à paralisação. Não seria uma paralisação, seria assim:
não haver condições de trabalhar por falta de verba, por falta de dinheiro para
se locomover através de ônibus. Esse pessoal que trabalha conosco são pessoas
que precisam se manter. Se pararmos, lógico que a direção vai ter que ir, mas,
se os técnicos não forem, nós não temos condições de atender às crianças. As
nossas crianças, se ficarem uma semana, até é muito, elas têm um retrocesso, no
seu desenvolvimento, muito grave, muito grande. As crianças não podem ficar sem
esse atendimento.
Nós temos também, e isso nós
gostaríamos que vocês ajudassem a esclarecer, a parceria do Governo para com
esse novo Convênio. O nosso Governador, quando veio para o Rio Grande do Sul,
esse Convênio que agora é FGTAS - estamos em uma confusão de que a FGTAS vai
terminar e vai virar SAS - não sabemos de nada, de haver uma parceria, que foi
dito em jornal publicamente no dia em que assinamos no Palácio do Governo o
novo convênio, que seria 20% seria parceria do Governo. Nunca veio essa
parceria, porque há dois anos a União não nos dá aumento “per capita”. O “per
capita” é baixíssimo. As creches recebem 14 reais por mês, o que significa 48
centavos por dia por criança; os idosos, 18 reais por mês “per capita”. Se
dividirem por 30, porque essas pessoas vivem aí, é vergonhoso. É impossível.
Temos uma parceria que não
está sendo cumprida, e ficamos sabendo que o Governador do Estado colocou que a
sua parceria seria para ceder pessoal para nos dar suporte, no caso, a FGTAS.
Entendemos que a FGTAS já existia. Por que estão sendo usados 4 milhões e cem,
dito pelo Governador do Estado, para ceder pessoal? Gostaríamos que vocês nos
ajudassem a responder isso, onde está esse pessoal, que talvez esteja recebendo
igual ao ascensorista da Assembléia, porque, pelos nossos cálculos, esses
funcionários da FGTAS estão recebendo 13 mil por mês. Queremos saber onde está
a parceria do Governo. Foi dito pela própria União que existe essa parceria.
Portanto, o Governo tem que repassar para nós. São duas coisas importantes:
essa parceria, onde anda, e que nos esclareça. Se nós pararmos, o que vai
acontecer conosco? Nós não temos a cópia desse contrato. Portanto, não sabemos
o que pode acontecer. É impossível, é revoltante. Nós trabalhamos com a LBA há
20 anos com convênio, e, de repente, vê-se desmantelada uma entidade, uma casa
que tinha condições de manter. Não é dessa forma que se arruma. Não é trocando
de LBA para SAS que vai arrumar. Acho que as coisas devem ser arrumadas muito
diferente. Existia dinheiro. Existe dinheiro. Existe má vontade. Incompetência
não é. São bastante inteligentes para estarem onde estão e estarem dando para a
população esse descaso. Talvez esse tipo de população não esteja dando voto.
Mas acho que os pais, as famílias merecem uma atenção especial. Não há mais
condições. Muito obrigada.
(Não revisto pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE: Com a
palavra o Ver. Edi Morelli, em Liderança.
O SR. EDI MORELLI: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, Senhoras e
Senhores, realmente, as clínicas particulares, particulares em termos, porque
são clínicas particulares e não podem atender particulares. Não sei se deu para
entender. Só podem atender as crianças carentes com repasses que são feitos
pelos governos, os governos que esquecem que deficiente também é gente. Em maio
do ano passado, estivemos em Brasília, quando foi anunciado a extinção da LBA.
Estivemos lá, eu, Marília, Lizete, e a minha chefe de gabinete, a Otília. Lá
permanecemos durante 8 dias com reuniões de manhã, à tarde e à noite e numa
dessas reuniões com o Presidente do Senado, Sen. José Sarney, eu lembrei a ele
e, aqui digo, não com saudades do Governo José Sarney, mas com saudades, em
termos, do Governo José Sarney, que foi a época em que o social teve mais assistência
nesse país. Estavam as clínicas na mesma situação de hoje, com 3 meses de
atraso e numa reunião com César Giraldo, coordenador do orçamento da União, eu
disse a ele, olhando olho no olho, que eu só encontrava uma resposta para
situação: falta de interesse político em resolver a questão ou falta de
capacidade dos homens que tinham a obrigação de resolver a situação. Em 24
horas foi solucionado o problema, não em nível de Rio Grande do Sul, em nível
de Brasil. A Marília e a Lizete, que estão presentes, podem confirmar. E nos
disseram que se todos os estados fizessem com o RS estava fazendo, a situação
seria bem outra. E, agora, eu pergunto mais uma vez: será falta de capacidade
dos homens que têm a obrigação de resolver o problema ou falta de interesse
político em resolver os problemas? E quando digo clínica particular é em
termos, porque há também postos de atendimento, como é o caso, Ver. Mário
Fraga, da Vila da Amizade, que deveria receber a quantia de 6.500 reais de
auxílio do Governo Municipal e recebe 4.700, com a simples resposta de que os
espelhos não ficaram prontos. Essa é a realidade. Não adianta culpar governo
federal, não culpar só governo estadual, só governo municipal, há culpa dos
três governos, municipal, estadual e federal.
Se esses postos de saúde
pudessem atender a convênios, buscariam subsídios para se manterem vivos, mas
não podem. Não podem porque recebem uma esmola do governo, que eles dizem que é
auxílio e não passa de uma esmola, Ver. Pedro Américo Leal, porque são 4.700
reais por mês para um posto que atende 24 horas por dia, com 12 médicos. Isso é
brincadeira, não é coisa séria. Um posto que tem, como as clínicas,
funcionários de limpeza do prédio, que tem funcionários a pagar e os
funcionários têm despesas. E, como disse a Dra. Marília, nessa tribuna, se
parar o tratamento dessas crianças - e eu não vou até os 7 dias - por 5 dias,
essas crianças vão regredir e, aí, sabe Deus o que acontecerá. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Sr. José Valdir está com a palavra, em tempo de
Liderança.
O SR. JOSÉ VALDIR: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Dra. Marília,
nós vivemos, atualmente, um momento contraditório. De um lado, nós temos, no
País, um grande avanço legal, jurídico, com a aprovação da Lei Orgânica da
Assistência Social, a LOAS, e, de outro lado, nós temos um brutal retrocesso em
termos de ações concretas na área da assistência social, na área da criança e
do adolescente em muitas esferas públicas. A Lei Orgânica da Assistência Social
foi um avanço, porque ela definiu claramente o objetivo da assistência social e
definiu, também, a clientela da assistência social e estabeleceu a assistência
social não mais como uma ausência de política, como um favor do Estado, dos
poderes públicos, através das primeiras damas. Definiu como uma política
pública, ou seja, como uma coisa que deve ser mais de política pública e menos
de políticos e que esta assistência social tem que ter os recursos, os fundos
funcionando, tanto para a criança e o adolescente como o Fundo de Assistência
Social em todos os níveis, Federal, Estadual e Municipal, tem que ter os
Conselhos funcionando e alguns municípios estão fazendo um esforço para
implementar isso como nós vimos aqui, quando os Prefeitos da FAMURS estiveram
nesta Casa, recentemente. Inclusive um esforço muito grande para implementar
esta nova estrutura da assistência social, em Porto Alegre, prevista na LOAS. E
nós estamos vendo, em nível nacional, o caminho inverso; em nível do Estado,
uma morosidade para implementar essas novas estruturas; em nível nacional, o
desmonte da LBA, o fim do FCBIA, que atendia crianças e adolescentes, o corte
de repasse de recursos para as entidades não-governamentais. Recentemente,
tivemos a Presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do
Adolescente para falar dos cortes de recursos que a FEBEM, unilateralmente,
cancelou, o que foi motivo para uma reunião na Assembléia Legislativa.
Em nível estadual e nacional
se faz uma leitura de uma coisa que é um avanço, que é a municipalização, mas
uma leitura preocupante. Na prática, está-se falando em parceria, mas uma
parceria onde o governo do Estado e Federal entram só com o apoio moral,
discursivo, porque na hora de repassar os recursos, criar os fundos, fazer
funcionar os conselhos, implementar essas novas estruturas, não o fazem; pelo
contrário, ainda cortam os recursos. E se fala em municipalização.
O conceito de municipalização
que queremos implementar, que é para qualificar o serviço, melhorar o
atendimento, na verdade, se for implementado dessa forma vai ser um retrocesso
brutal, porque estaremos repassando para os municípios as responsabilidades, as
tarefas, os ônus, e não vamos estar repassando os recursos. Isso, realmente, é
muito preocupante. Estamos assistindo, aqui, hoje, à ponta do “iceberg”, de um
problema muito maior que está acontecendo, infelizmente, em todo o canto. A
Câmara de Vereadores, as entidades não-governamentais, as autoridades
municipais têm que fazer um esforço muito grande, político, no sentido de
forçar que as outras esferas, federal, estadual, realmente trabalhem esse
conceito de municipalização que está na LOM, que é uma municipalização que
implica em estabelecermos claramente as competências, em que todas as esferas
tenham que implementar essas estruturas, e que não signifique apenas o repasse
de responsabilidades, porque isso não é municipalização, isso é prefeiturização
e isso não vai contribuir para um avanço e para que a gente tire do papel
aqueles avanços jurídicos que hoje estão na Lei Orgânica da Assistência Social
e no Estatuto da Criança e do Adolescente. Pelo contrário, nós vamos ter uma
lei linda e maravilhosa numa ação retrógrada e uma realidade que em vez de
avançar, retrocede. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Próxima oradora, Vereadora Clênia Maranhão, em
Liderança.
A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, pais,
técnicos da área da assistência, usuário do serviço aqui presente. Eu acho que
é muito importante a vinda de vocês aqui nesta Casa e o depoimento da Dra.
Marília Ramos sobre a questão. Em nosso País esta questão, que nós,
profissionais da área - pessoas que trabalham com a defesa dos excluídos -
daqueles que são considerados pouco produtivos para a sociedade que valoriza,
exatamente, o contrário disso, e não considera a todos como cidadãos - temos
percebido que á uma luta que necessita da intervenção política, necessita da
reformulação, e mais do que da reformulação, da implantação das políticas de
assistência, necessita da parceria efetiva da sociedade. E acho que é isso que
vocês estão fazendo hoje aqui na Casa. Vocês estão recolocando em discussão um
velho tema, infelizmente, que tem se arrastado apesar das modificações
institucionais legais que nós temos conquistado a partir das mobilizações da
sociedade brasileira.
Eu fui diretora da LBA, neste
Estado, durante bastante tempo, e, naquela época, nós já lutávamos e
acompanhávamos com tristeza o atraso dos repasses, as dificuldades de
manutenção, a vergonhosa quantia “per capita” mas eu concordo com a doutora
Marília, pois naquele tempo ainda tínhamos a definição mais concreta da
instituição que era responsável pela política de assistência. E que a nossa
direção, a nossa pressão era mais clara e efetiva. Estou acompanhando, também,
a questão do atraso dos repasses aos programas das APAEs e de outras entidades
que, como a de vocês, têm sido vítimas do desmonte da política de assistência
do Governo Federal, que nós, há muito tempo, discutimos nesta Casa. Essa luta
tem sido levada pelos Vereadores Paulo Brum, Edi Morelli e por outros
Vereadores desta Casa. Inclusive fui autora de uma Moção, que foi aprovada por
unanimidade por esta Câmara, dirigida ao Ministério da Previdência, quando da
época da modificação da LBA. Se a LBA tinha problemas, evidentemente por uma
trajetória assistencialista, inclusive desde a época de sua implantação, esses
erros tinham que ser corrigidos e o processo de municipalização e de
descentralização, que nós defendemos, tinha que ser construído antes da
destruição de um órgão. O que não pode é deixar uma lacuna na área da
assistência num país em que 32 milhões de pessoas não têm condições de
sobrevivência.
Apesar de nós termos a
informação de que nos próximos dias serão liberados esses recursos, sabemos que
a urgência de quem trabalha com a questão do deficiente, dos setores mais
desfavorecidos, tem que ser mantida, porque a ausência dessa assistência, no
caso do deficiente, cria danos ao processo de recuperação e de integração das
pessoas atendidas. Essa pressão política, legítima, justa deve ser mantida e
deve gerar nesta Casa um Pedido de Informações ao Governo do Estado sobre as
questões que aqui foram colocadas. Eu me sinto na obrigação de fazer isso pela
minha formação, de assistente social, e também pelo compromisso que eu sempre
tive com a área de assistência social. Eu tenho certeza de que esse é o
comportamento e o pensamento que esta Casa sempre teve. Talvez a gente pudesse
discutir aqui a questão das políticas públicas do Governo Federal, do absurdo
com que são colocados hoje os recursos do Governo Federal, priorizando
fundamentalmente a área financeira, da especulação, do sistema bancário. Esse
discurso, todos nós condenamos. O que nós temos que buscar, hoje, a partir da
vinda de vocês, são os caminhos efetivos de pressão política para acelerar o
repasse do Governo Federal para que o convênio seja efetivado, não fique apenas
no papel, e para que a gente possa, através de um Pedido de Providências, junto
ao Governo do Estado descobrir os obstáculos em função dos quais a
contrapartida expressa no discurso do Governador não tenha ainda se efetivado.
Gostaria, ainda, de dizer que, infelizmente, não tem havido a integração
necessária e efetiva para agilizar esse processo por parte do Governo Municipal
de Porto Alegre, do Governo Estadual ou do Governo Federal, e que também é
importante que a gente use essa pressão política para acelerar esse processo de
municipalização, para que possamos, efetivamente, fazer com que as entidades
tenham recursos nas mãos, no prazo que devem ter e que a gente rediscuta a “per
capita” quer seja das creches municipais de Porto Alegre, quer seja das
entidades do Governo Estadual e das entidades que recebem dinheiro dos recursos
federais. Muito obrigada.
(Não revisto pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Mário Fraga): Com a palavra o Ver. Isaac Ainhorn,
em Comunicação de Presidente.
O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente, nossos convidados da Clínica
Kinder que comparecem hoje, nesta Casa, numa reivindicação que entendemos de
muito respeito que devemos a este setor da sociedade e, sobretudo, a essas
crianças, esses jovens que precisam da nossa assistência, onde o Estado tem um
papel muito importante e não pode, simplesmente, desligar-se dele. Agora, não
sei o que está acontecendo neste País. A cegueira está tomando conta da nossa
sociedade que sempre guarda um conteúdo muito grande de esperança e de
possibilidades de solução, e esta expectativa de solução faz, infelizmente, com
que muitas vezes tenhamos uma posição de não identificar que política é essa.
Acho que está chegando a hora de dizermos quem são os responsáveis por este
desmantelamento da assistência social no nosso País. Fala-se muito em redução e
enxugamento do Estado, e todos aplaudem, os altos empresários, no caso de nosso
Estado o Governo Antônio Britto e, em nível federal, o governo Fernando
Henrique Cardoso. Quer-se enxugar o Estado, eliminam-se órgãos essenciais da
vida do Estado e deixam-se estruturas, pessoas que dependiam dessas estruturas,
completamente marginalizadas e excluídas. Isso repercute na Câmara de
Vereadores. Aqui, na Câmara de Vereadores de Porto Alegre, ou de Recife, ou de
Salvador, é onde se desenrolam os dramas sociais. Eles se desenrolam nas
grandes cidades, nas capitais e nas regiões metropolitanas. Nós não devemos,
neste momento, com a parcela de responsabilidade que nos cabe, simplesmente
ficar numa situação de impotência frente a esse quadro.
É óbvio que o pragmatismo nos
ensina que devemos buscar soluções concretas. Mas, infelizmente, professora
Marília, essas soluções concretas estão ficando cada vez mais difíceis, porque
o Estado, os governos que sustentam uma política de redução e enxugamento do
Estado, simplesmente exoneram-se, excluem-se, na prática, da responsabilidade
social. É isso o que está acontecendo, hoje, no governo do Estado do Rio Grande
do Sul, em relação aos deficientes, e também no governo federal quando, num
golpe, extinguiu a LBA e não apresentou nada que viesse a substituí-la, quer
seja em nível de governo do Estado ou municipal. O Município e o Estado teriam
dificuldades, porque não teriam o repasse dos recursos necessários.
Simplesmente, eliminou-se uma política social, e essas pessoas ficaram
entregues ao seu próprio destino, impotentes e fragilizadas, na busca de uma
solução. A conseqüência são as denúncias que, hoje, estão sendo feitas aqui. E
eu me indago: Que caminhos? Que soluções? O que nós estamos fazendo aqui, como
homens públicos, nos vemos impotentes frente a essa realidade de dar qualquer
solução? Nós temos que ir para uma política de um basta, de uma denúncia cabal,
apesar de sabermos muito bem que a mídia toda oculta tudo isso que vem
acontecendo. É o velho, é o deficiente, é a criança de rua que estão nessa
situação, fruto dessa política que está aí, de desestruturação de todas as
estruturas de assistência social do nosso País. Nós sabemos que albergues como
Maria Flor Vieira, que atende os desabrigados da noite, hoje foi desativado
pela Administração Antônio Britto. E nada foi feito contra essa política cruel
e perversa que quer enxugar o Estado e equilibrar as contas e que joga a nossa
população ao seu próprio destino. Temos que dar nomes àqueles que são
responsáveis por isso, Ver. Américo Leal. É lamentável que a tudo isso nós
estejamos assistindo, próximos ao terceiro milênio, quando a técnica e o
conhecimento atingem graus tão avançados. Mas, infelizmente, os seres humanos,
aqueles que precisam, crianças, idosos, deficientes, cada vez mais neste País
estão excluídos e desassistidos. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Isaac Ainhorn): O Ver. Raul Carrion está com a
palavra, em Comunicação de Líder.
O SR. RAUL CARRION: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. Senhoras,
Senhores; Dra. Marília; companheiros, companheiras; funcionários; beneficiários
da Clínica Kinder; Companheiros da Cosme Galvão que também estão presentes aqui
hoje.
Em nome da Bancada do Partido
Comunista do Brasil, PC do B, queríamos, em primeiro lugar, trazer a nossa
solidariedade a essa luta de vocês. E mais, parabenizá-los porque sem esse
movimento, sem essa luta, vocês nada conseguirão.
Entendo que é preciso que
esta situação que vocês vivem seja percebida dentro do global, sob pena de não
conseguirem, inclusive, uma saída, uma solução. E esse problema maior - que
vocês vivem no concreto - é exatamente a implementação do projeto neoliberal no
nosso País. Estamos enfrentando este processo, em todos os terrenos; de um
projeto, dito salvador, que significa, segundo eles, a entrega do patrimônio do
País e a entrega do patrimônio público “para investir mais no social”.
Percebam o que se propõe:
estão entregando a PETROBRÁS, a Vale do Rio Doce, o Meridional e outras
estatais. Para quê? Para, dizem, aplicar mais em saúde, em educação, em
assistência social e segurança. Mas, qual é a realidade? Ao mesmo tempo que
desmonta-se o Estado, desmontam-se as políticas públicas, entregam-se as
riquezas do País, nunca a saúde esteve tão sucateada, nunca a educação esteve
tão abandonada, nunca a assistência social esteve tão deixada de lado.
Ainda, ontem, líamos desta
tribuna uma notícia da Folha de São Paulo que dizia que a educação teve um
corte de 46% nas verbas de investimento; a saúde teve um corte de 76% nas
verbas de investimento; o meio ambiente teve um corte de 69%!
Aonde está indo o dinheiro da
entrega do patrimônio do País? Para os grandes banqueiros: trinta bilhões entre
o Banco Nacional - de um parente do Presidente - o Banco Econômico, o Banco do
Estado de São Paulo, e tantos outros... Sete bilhões para os usineiros do
Nordeste, amigos do PFL, que são os grandes apoiadores do atual Presidente.
Outros cinco bilhões para os fazendeiros - coitadinhos - porque pegaram uma
seca e perderam dinheiro, e o Governo tem que atender...
Quanto aos deficientes, o que
diz a Constituição? Artigo 203, inciso V: “Garantia de um salário-mínimo de
benefício mensal à pessoa portadora de deficiência que comprove não possuir
meios.” E aí, é um “auxílio para indigente”! Até há poucos dias, o familiar do
deficiente devia comprovar uma renda “per capita” de R$ 25,00 para ter direito
ao benefício. Quer dizer, ganhando R$ 26,00 ela não tinha direito ao auxílio
para o deficiente. Isso é uma vergonha nacional! E dizem que não há dinheiro...
Só não há para vocês! Deve ser a grande “Comunidade Solidária”, essa da esposa
do Presidente, o qual em apenas uma das viagens que faz, talvez gaste mais do
que tudo o que é entregue aos deficientes de todo o País.
Se a família tiver uma renda
“per capita” acima de R$ 50,00, suponhamos que sejam duas pessoas - uma mãe e
seu filho deficiente - com renda familiar de R$ 100,00, não têm direito ao
benefício. Mesmo ganhando menos do que o salário mínimo constitucional não têm
direito...
Se vocês não compreenderem as
questões maiores que estão em jogo, não encontrarão solução para os seus problemas.
É fruto dessa política neoliberal, antipovo e antinacional, que ocorrem fatos
como os que ocorreram na Santa Genoveva - com mais de 100 velhinhos mortos -,
em Caruaru - com mais de 54 mortos. Será fatalidade também a explosão do
“shopping center”? Certamente não encontrarão os responsáveis...
Queremos encerrar
pedindo-lhes que perseverem na luta, que a levem para a Assembléia Legislativa
e que façam todos os movimentos possíveis, pois, só então, o brado de vocês
será escutado pelos poderosos que estão levando esse povo para uma grande
explosão social. Porque não conheço povo algum no mundo que vá morrer de fome
quieto... Muito obrigado.
(Revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Pedro Américo Leal está com a palavra, em
Liderança.
O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, é
corriqueiro, é comum e está ficando banal a vinda de pessoas representativas de
agremiações, de associações, de clínicas e se debruçam em lamentações,
solicitando que a Câmara faça alguma coisa. A Câmara se transforma em um muro
de lamentações e afigura-me aquela imagem clássica do poeta popular que dizia
que um certo cidadão, comparando ele a uma migalha, a um grão de areia, “um
pequenino grão de areia inveterado sonhador, olhou para o céu, viu uma estrela,
e imaginou sonhos de amor”. É assim que a Câmara se sente diante dos pedidos,
das solicitações que, semanalmente vêm aqui. O que é feito das verbas da União?
Aonde vão ter as verbas? Qual o desvio que elas sofrem? Quem surrupia tudo
isso? Quem subtrae? São 35 mil clínicas como esta que vão fechar no Brasil.
Agora, nós estamos vivendo um momento muito significativo para a política de
saúde, se é que há política de saúde neste País. Trinta e cinco mil clínicas
vão ser fechadas! Sr. Presidente, eu peço atenção! Trinta e cinco mil clínicas
vão ser fechadas no Brasil, seis mil hospitais vão ser fechados, duas mil casas
de misericórdia vão encerrar as portas porque toda a estrutura da saúde do País
está vivendo momentos determinantes, significativos. Está argüindo o Tribunal
de Justiça sob as responsabilidades da União. O que é feito das verbas? Aonde
está o dinheiro? Que Mistério é esse que não chegam os 36 bilhões de reais?
Trinta e seis bilhões não chegam como recursos aos mais sofridos e mais
precisados. Qual é o desvio que sofre esse dinheiro? Para onde vai isso? As
falcatruas, os malandros do Ministério da Saúde, licitações ilícitas revoltam
completamente os brasileiros e nada é feito com relação a isso. Quando se vê
que cinqüenta e quatro vítimas da hemodiálise em Caruaru morreram. Silêncio!
Noventa e oito velhinhos da Clínica Santa Genoveva morreram. Silêncio! Não se
apuram as coisas, as verbas não chegam. Nesta Câmara, nesta tribuna, vêm
pessoas pedindo clemência, para que se faça alguma coisa, e nós nos sentimos
como um pequenino grão de areia. Fazemos o que podemos fazer! É profundamente
constrangedor. Os trinta e três Vereadores desta Casa sentem-se mal, porque não
somos indiferentes a miséria dos mais necessitados, e nem podemos ser. Então,
dizia ontem, num programa de televisão, que colocassem uma pessoa bem malandra
no Ministério da Saúde, porque somente este poderá patrulhar, colocar em forma
esses maus malandros que surrupiam o dinheiro público. O Sr. Jatene é um ótimo
cirurgião e cidadão. Entreguem o Ministério da Saúde a um bom malandro, a um
indivíduo que de tão sabido que seja, contenha os maus malandros e possa fazer
chegar as verbas aos mais necessitados.
(Revisto pelo orador.)
O SR. EDI MORELLI (Questão de Ordem): Esclareço aos nobres colegas
desta Casa que tenho os originais e posso distribuir cópias para os Vereadores
que quiserem. O Sr. Governador do Estado recebeu Ofício; os Senadores do Rio
Grande do Sul, começo pela Senadora do meu Partido, Emília Fernandes, e todos
os Deputados Federais do Rio Grande do Sul receberam o Ofício e têm
conhecimento desta situação; a Bancada do Rio Grande do Sul, em Brasília, tem
conhecimento da situação; Fernando Henrique Cardoso, Reinaldo Stefani, Clóvis
Carvalho, Nélson Jobin são os Ministros, Paulo Renato de Souza, José Serra,
Luiz Carlos Bresser Pereira, Adib Jatene, Francisco Correa Refor, Luiz Eduardo
Magalhães e Rute Cardoso. Todos eles sabem dessa situação. Há uma notícia,
agora, Sr. Presidente, veio ontem que muita gente não sabe, inclusive das
próprias clínicas: houve um corte de 50% no Orçamento do contigenciamento
oficializado, que o Governo somente liberará verbas para o que julgar
necessário. Essa informação é da Presidente da FEBEEX, Maria Cristina Lis de
Moraes. É a real situação. Encerro, Sr. Presidente, dizendo ao Ver. Pedro
Américo Leal que se as entidades vêm a esta Casa é porque encontra na Câmara de
Vereadores a sua tábua de salvação, ela representa o Município. Para concluir,
através de um Requerimento, solicito seja formada uma Comissão Especial para
que possamos ir ao Governo do Estado tentar resolver a situação.
O SR. PRESIDENTE: A Mesa sugere a V. Exa. que, ao invés de
formar-se uma Comissão Especial, transforme o Requerimento em Comissão Externa,
pois a agilização dela é mais fácil, até porque, a qualquer momento, mesmo que
não seja colocado em votação no Plenário, esta Presidência pode deferir de
plano. Só requer que V. Exa. formule o pedido de constituição de Comissão
Externa por escrito, até porque, Comissão Especial, há um número regimental que
pode funcionar dentro da Casa. Então, ele está com o número, neste momento,
exaurido, o que inviabilizaria a Comissão Especial. Mas a Comissão Externa, a
meu juízo, e tenho certeza de que no de V. Exa. é igual, teria a mesma eficácia.
O SR. JOÃO DIB (Questão de Ordem): Sr. Presidente, por falar em
tábua de salvação, eu faço neste momento a minha proposição: que V. Exa. seja a
tábua de salvação, no momento, e desde que dispomos de recursos de telefone, de
fax, mas por telefone é muito melhor, que todos aqueles nomes que o Ver. Edi
Morelli, citou, o contato de telefone do Presidente da Câmara Municipal de
Porto Alegre representa os 33 Vereadores, representa a Cidade toda. Seria a
tábua de salvação mais rápida e mais eficiente: o telefone.
O SR. PRESIDENTE: Eu aceito o encargo que foi formulado por V. Exa.
e gostaria que V. Exa., junto com o Ver. Edi Morelli, que é membro da Mesa, 1º
Vice-Presidente desta Casa, sistematizasse essas solicitações, não por questão
de formalismo, mas dos nomes que, hoje mesmo, eu já agilizaria os contatos por
fax e diretamente por telefone, em relação ao caso específico. Agradeço e
estaremos cumprindo, na condição de Presidente desta Casa, as funções que me
são inerentes, que não só é uma representação funcional e administrativa, mas é
também uma representação política: sobretudo, no momento em que V. Exas.
deferem a esta Presidência o encargo de tomar as providências. E vai tomá-las
com muita eficácia e com a responsabilidade que o caso requer. Muito obrigado.
Suspendemos os trabalhos por
três minutos para as despedidas.
(Os trabalhos foram suspensos às 10h19min.)
O SR. PRESIDENTE (às 10h22min.): Estão reabertos os trabalhos.
Apregoamos o Projeto de
Resolução por força de ordem judicial, o PR nº 17/96, de autoria da Mesa
Diretora, que cria cargo de Taquígrafo I, da classe de Taquígrafo, no Quadro
dos Cargos Efetivos da Câmara Municipal de Porto Alegre, e dá outras
providências.
O SR. HENRIQUE FONTANA (Requerimento): Sr. Presidente, requeiro
inversão da ordem dos trabalhos, que passemos direto para a Ordem do Dia e,
após, à Pauta.
O SR. ARTUR ZANELLA (Questão de Ordem): Sr. Presidente, antes de
votarmos, gostaria de saber quantos Projetos nós temos em Pauta, hoje, e se não
há uma preferência para o Projeto da Lei do Orçamento, se não tem precedência
as Diretrizes Orçamentárias.
O SR. PRESIDENTE: Tem, e só V. Exa. está inscrito em Pauta
Especial.
Ver. Henrique Fontana, V.
Exa. retira o seu Requerimento?
O SR. HENRIQUE FONTANA: Sim, retiro o meu Requerimento.
O SR. PRESIDENTE: Passamos à
PAUTA ESPECIAL
DISCUSSÃO
PRELIMINAR
5ª SESSÃO
PROC. 1515/96 - PROJETO DE
LEI DO EXECUTIVO Nº 031/96, que dispõe sobre as Diretrizes Orçamentárias para o ano de 1997, e dá
outras providências. Com Emenda nºs 01, 02, 03, 04, 05, 06, 07, 08, 09 e 10.
Observações:
- o Projeto somente poderá
receber Emendas no período da PAUTA e no âmbito da Comissão - Artigos 121 da
LOM e 120, V, do Regimento da CMPA;
- em cada Sessão de
Discussão Preliminar - PAUTA (06 Sessões), poderão falar até quatro
oradores, durante quinze minutos cada um - Art. 120, II e III, do
Regimento da CMPA.
O SR. PRESIDENTE: Não há inscritos em Pauta Especial.
Passamos à
PAUTA -
DISCUSSÃO PRELIMINAR
1ª SESSÃO
PROC. 0020/93 - SUBSTITUTIVO
Nº 01 ao PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 001/93, ambos de autoria do Ver.
Décio Schauren, que cria o Bairro Lomba do Pinheiro, compreendendo as atuais
Vilas São Francisco, Mapa I e II, Chácara das Pêras, das Pedreiras, Beco do
Davi, Quinta do Portal, Jardim Lomba do Pinheiro, Residencial São Claro, Jardim
Franciscano, Nova São Carlos, Viçosa, Stellamar, Primeiro de Maio, Nova Serra
Verde, Pinhal, Recreio da Divisa, Panorama Santa Helena, São Pedro, Santa
Filomena e Bonsucesso, e altera as Leis nºs 4.166/76 e 2.022/59.
PROC. 1426/96 - PROJETO DE
LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 011/96, de autoria do Ver. Raul Carrion, que altera
a redação do art. 1º, do “caput” do art. 2º e dos §§ 1º e 3º e acrescenta
artigos 3º e 4º à Lei Complementar nº 136, de 22 de julho de 1986, que dispõe
sobre a adoção de equipamentos de lazer e cultura.
PROC. 1557/96 - PROJETO DE
LEI DO LEGISLATIVO Nº 078/96, de autoria do Ver. João Motta, que denomina Rua
Primavera um logradouro irregular, localizado na Vila Nossa Senhora Aparecida,
no Bairro Sarandi.
PROC. 1524/96 - PROJETO DE
LEI DO LEGISLATIVO Nº 076/96, de autoria do Ver. Mário Fraga, que concede o
título honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Dr. Ricardo Leônidas Ribas.
PROC. 1582/96 - PROJETO DE
LEI DO LEGISLATIVO Nº 088/96, de autoria do Ver. Wilton Araújo, que altera
dispositivos da Lei nº 6241, de 31.10.88, alterada pela Lei nº 6636, de
12.07.90, e dá outras providências. (instalação de mostrador numérico nos
dispositivos eletrônicos que controlam a entrada e saída de passageiros nos
táxis-lotação do Município)
PROC. 1556/96 - PROJETO DE
LEI DO LEGISLATIVO Nº 077/96, de autoria do Ver. João Motta, que denomina Rua
Lídio Padilha um logradouro irregular, localizado na Vila Nossa Senhora
Aparecida, no Bairro Sarandi.
PROC. 1558/96 - PROJETO DE
LEI DO LEGISLATIVO Nº 079/96, de autoria do Ver. João Motta, que denomina Rua
Magistério um logradouro irregular, localizado na Vila Nossa Senhora Aparecida,
no Bairro Sarandi.
PROC. 1559/96 - PROJETO DE
LEI DO LEGISLATIVO Nº 080/96, de autoria do Ver. João Motta, que denomina Rua
Veneza um logradouro irregular, localizado na Vila Nossa Senhora Aparecida, no
Bairro Sarandi.
PROC. 1560/96 - PROJETO DE
LEI DO LEGISLATIVO Nº 081/96, de autoria do Ver. João Motta, que denomina Rua
Aparecida um logradouro irregular, localizado na Vila Nossa Senhora Aparecida,
no Bairro Sarandi.
PROC. 1561/96 - PROJETO DE
LEI DO LEGISLATIVO Nº 082/96, de autoria do Ver. João Motta, que denomina Rua
Bangu o prolongamento irregular de um logradouro público, localizado na Vila
Nossa Senhora Aparecida, no Bairro Sarandi.
PROC. 1562/96 - PROJETO DE
LEI DO LEGISLATIVO Nº 083/96, de autoria do Ver. João Motta, que denomina Rua da
Cultura um logradouro irregular, localizado na Vila Nossa Senhora Aparecida, no
Bairro Sarandi.
PROC. 1563/96 - PROJETO DE
LEI DO LEGISLATIVO Nº 084/96, de autoria do Ver. João Motta, que denomina Rua da
Cidadania um logradouro irregular, localizado na Vila Nossa Senhora Aparecida,
no Bairro Sarandi.
PROC. 1564/96 - PROJETO DE
LEI DO LEGISLATIVO Nº 085/96, de autoria do Ver. João Motta, que denomina Rua do
Povo um logradouro irregular, localizado na Vila Nossa Senhora Aparecida, no
Bairro Sarandi.
PROC. 1567/96 - PROJETO DE
LEI DO LEGISLATIVO Nº 086/96, de autoria do Ver. João Motta, que denomina Rua 14
de Maio um logradouro irregular, localizado na Vila Nossa Senhora Aparecida, no
Bairro Sarandi.
2ª SESSÃO
PROC. 1389/96 - PROJETO DE
LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 010/96, de autoria da Vera. Clênia Maranhão, que
dispõe sobre o regime disciplinar dos funcionários públicos do Município de
Porto Alegre, alterando dispositivos da Lei Complementar nº 133, de 31 de
dezembro de 1985. (“Art. 197 - Das proibições” - inclui inciso XXIV com § 3º:
assédio sexual)
3ª SESSÃO
PROC. 1454/96 - PROJETO DE
LEI DO LEGISLATIVO Nº 072/96, de autoria do Ver. Décio Schauren, que denomina
Rua Watanabe um logradouro irregular, localizado no Bairro Belém Velho.
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Artur Zanella está com a palavra para
discutir a Pauta.
O SR. ARTUR ZANELLA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu vou falar
sobre o Projeto do Ver. Décio Schauren, não sem antes - já que o Vereador não
está presente - tentar conseguir do Ver. João Motta o telefone do encarregado
da SMOV, porque o Ver. João Motta tem 6 ruas. Ninguém consegue encontrar
ninguém na SMOV. Não se consegue falar com o Secretário, só com o Dr. Damiani.
Mas vejo que o Ver. João Motta tem seis nomes de Ruas, que é uma boa indicação.
O Ver. Décio Schauren propõe a criação do bairro Lomba do Pinheiro. Antigamente
a moda era transformar estrada em avenida. Havia a estrada do Barro Vermelho e
virava Av. Barro Vermelho; a estrada do Forte virou Av. do Forte, a estrada
Costa Gama virou Av. Costa Gama, e criava-se uma idéia de que com a mudança do
nome de estrada para avenida, receberiam benefícios. Não receberam nenhum.
Agora é a criação de bairros. O Ver. Décio Schauren, que conhece a zona, cria o
bairro Lomba do Pinheiro. Essas questões devem ser definidas pelo Plano
Diretor. Fica o Vereador Décio Schauren alterando, fica o Ver. Artur Zanella
apresentando Projeto, alterando o Plano Diretor, ficam outros Vereadores
alterando, porque o Plano Diretor não vem para esta Casa. Criou-se um vácuo.
Vem uma primeira parte que traz diretrizes para o Plano Diretor que virá
depois, e vamos conseguir uma proeza nesta Casa. Vamos votar as diretrizes do
Plano Diretor, e quando chegar a prática, quem vai votar são os futuros
Vereadores. É a primeira vez no mundo que eu vou ver uma divisão, as diretrizes
são uma Câmara de Vereadores que faz com uma Constituição e a prática é outra.
Espero que todos estejam aqui no ano que vem, o Ver. Isaac Ainhorn,
provavelmente, estará, mas as pessoas que vão pensar o Plano Diretor, as
diretrizes do Plano Diretor não estarão, todas, aqui, para votar o Plano
Diretor. Eu gostaria que o Ver. Henrique Fontana, Líder do PT, ouvisse,
tentasse, quem sabe, convencer as pessoas da Prefeitura Municipal de Porto
Alegre que o Plano Diretor é uma coisa importante. Não adianta colocar o
projeto no final do mês de junho e depois começar a plantar notícias na
imprensa: “Que os Vereadores têm que abrir mão do recesso de julho porque têm
muitos projetos importantes”. Planta-se notícias que tem pressa o Plano Diretor
e não tem que ter recesso. A pessoa que está fazendo o Plano Diretor não vai
ser candidato, não tem que discutir os problemas do povo, leva 2, 3 anos para
fazer o projeto do Plano Diretor, joga aqui dentro e aí tem que aprovar até as
eleições de 3 de outubro suspendendo o recesso.
Eu acho que o projeto do Ver.
Décio Schauren é muito bom e está atendendo aquilo que o Plano Diretor deverá
fazer. Agora, se depender de mim, no mês de julho, com recesso ou sem recesso
não se vota Plano Diretor nesta Casa. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Airto Ferronato está com a palavra, para
discutir a Pauta.
O SR. AIRTO FERRONATO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu
gostaria de registrar que, na quarta-feira passada, sofri uma cirurgia na boca
e, por isso, não pude estar presente.
Hoje, estou aqui para dizer
que, há quinze dias, uma amiga minha esteve na Câmara pedindo para que se
agilizasse, junto ao Executivo, um documento para que ela possa abrir um
pequeno comércio na Plínio Brasil Milano. Conversei com servidores do Executivo
que, ontem, me comunicaram que isso depende da aprovação de um Conselho “X” e
que este se reuniria na quinta-feira da semana que vem. Ocorre que essa pessoa
precisa assinar o contrato de aluguel do prédio e, passados quase quinze dias,
sequer teve seu projeto apreciado, porque este depende da aprovação de um
conselho que se reúne todas as quintas. Não sei porque não trataram do assunto
nesta quinta-feira. Agora me disseram que só avaliarão o assunto na
quinta-feira que vem.
Por isso, acredito que temos
que modificar o Plano Diretor mas também algumas práticas da burocracia do
Executivo que têm emperrado demais as coisas que merecem uma celeridade maior,
até porque são extremamente simples. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Havendo quórum, passamos à
ORDEM DO DIA
O SR. JOÃO DIB (Requerimento): Havendo quórum de 24
Vereadores, solicito uma inversão na Ordem do Dia, para que fossem votados o
PLL nº 040/96 e o PLL nº 048/96, em primeiro lugar.
O SR. PRESIDENTE: Em votação o Requerimento de autoria do Ver. João
Dib. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados.
(Pausa.) APROVADO.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
PROC. 2426/96 - PROJETO DE
LEI DO LEGISLATIVO Nº 139/95, de autoria do Ver. Reginaldo Pujol, que acrescenta
artigo à Lei nº 7632, de 10.07.95, que estabelece critérios para o uso do cinto
de segurança nas vias terrestres do Município de Porto Alegre.
Observações:
- incluído na Ordem do Dia
por força do Art. 81 da LOM;
- adiada a discussão por
duas Sessões.
O SR. PRESIDENTE: Em votação o Requerimento de autoria do Ver. Edi
Morelli, que solicita o adiamento, por uma Sessão, do PLL nº 139/95.
Em votação. (Pausa.) Os
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Estão suspensos os trabalhos
para reunião conjunta de Comissões.
(Os trabalhos foram suspensos às 10h40min.)
O SR. PRESIDENTE (Mário Fraga - às 10h48min): Estão reabertos os
trabalhos.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO NOMINAL
PROC. 0830/96 - PROJETO DE
LEI DO LEGISLATIVO Nº 040/96, de autoria do Ver. João Dib, que concede o título
honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Médico José Jesus Peixoto Camargo.
Pareceres
-
da CCJ. Relator Ver. Reginaldo
Pujol: pela aprovação do Projeto;
-
da CECE. Relator Ver. Dilamar Machado:
pela aprovação do Projeto.
Observações:
- para aprovação, voto
favorável de dois terços dos membros da CMPA - Artigo 82, § 2º, IV, da LOM;
- votação nominal nos termos
do Artigo 174 do Regimento da CMPA;
- adiada a discussão por uma
Sessão.
O SR. PRESIDENTE: Em votação o PLL nº 040/96. Solicito ao Sr.
Secretário que colha os votos. (Após a chamada.) APROVADO o PLL por 27 votos
SIM.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO NOMINAL
PROC. 0930/96 - PROJETO DE
LEI DO LEGISLATIVO Nº 048/96, de autoria do Ver. Pedro Américo Leal, que concede
o título honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Senhor Luís Felipe Tavares da
Silva.
Pareceres
-
da CCJ. Relator Ver. Elói Guimarães:
pela aprovação do Projeto;
-
da CECE. Relator Ver. Raul Carrion:
pela aprovação do Projeto.
Observações:
- para aprovação, voto
favorável de dois terços dos membros da CMPA - Artigo 82, § 2º, IV, da LOM;
- votação nominal nos termos
do Art. 174 do Regimento da CMPA;
- adiada a discussão por
duas Sessões.
O SR. PRESIDENTE: Discussão Geral e Votação Nominal do PLL nº
048/96. (Após a chamada.) APROVADO o
PLL nº 048/96 por 25 votos SIM.
VOTAÇÃO
PROC. 0274/96 - PROJETO DE
LEI DO EXECUTIVO Nº 002/96, que cria função regida pela Consolidação das Leis do Trabalho,
pertencente ao Quadro Celetista em Extinção, no Departamento Municipal de
Habitação, e dá outras providências. (Motorista)
Pareceres
-
da CCJ. Relator Ver. Reginaldo
Pujol: pela aprovação do Projeto;
-
da CEFOR. Relator Ver. Antonio
Hohlfeldt: pela aprovação do Projeto;
-
da CUTHAB. Relator Ver. Lauro
Hagemann: pela aprovação do Projeto.
Observações:
- para aprovação, voto
favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA - Art. 82, § 1º, III, da LOM;
- adiada a discussão por
duas Sessões.
O SR. PRESIDENTE: Em votação o PLE nº 002/96 (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
VOTAÇÃO
PROC. 0797/99 - PROJETO DE
LEI DO LEGISLATIVO Nº 037/96, de autoria do Ver. Giovani Gregol, que inclui o
“Baile da Redenção” no calendário oficial da Semana de Porto Alegre, e dá
outras providências. Com Emenda nº 01.
Pareceres
-
da CCJ. Relator Ver. Reginaldo
Pujol: pela aprovação do Projeto e da Emenda nº 01;
-
da CECE. Relator Ver. Dilamar
Machado: pela aprovação do Projeto e da Emenda nº 01.
O SR. PRESIDENTE: Em votação o PLL nº 037/96. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Em votação a Emenda nº 01 ao
PLL nº 037/96. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados.
(Pausa.) APROVADA.
VOTAÇÃO
PROC. 0823/94 - PROJETO DE
RESOLUÇÃO Nº 010/94, de autoria do Ver. João Verle, que institui o Código de Ética
Parlamentar. Com Emendas nºs 01, 03, 04, 05, 06, 07, 08, 09, 10, 11, 12, 14, 15
e 16, e Subemendas nºs 01, 02 e 03 à Emenda nº 07, e nº 01 à Emenda nº 01.
Relatório
-
da Comissão Especial. Relator Ver. Milton Zuanazzi: pela aprovação do Projeto e
das Emendas nºs 01, 03, 04, 05, 06, 07, com Subemenda nº 01 e 09, pela rejeição
das Emendas nº 08, 10, 11, e 12.
Observações:
- para aprovação, voto
favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA - Art. 82, § 1º, II, da LOM;
- Emendas nºs 02 e 13
retiradas;
- prejudicada a Subemenda nº
01 à Emenda nº 02;
- continuação do processo de
votação iniciado em 13.05.96 (nos termos do Parecer nº 156/96 da Comissão de Constituição
e Justiça)
O SR. PRESIDENTE: Em votação o PR nº 010/94. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Em votação nominal a Emenda
nº 07, destacada pelo Ver. João Verle. (Pausa.) O Ver. Nereu D’Ávila está com a
palavra, para encaminhar a Emenda nº 07.
O SR. NEREU D’ÁVILA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. A Emenda tem
aquela mesma diretriz, por nós defendida nesta Casa, de que não adianta colocar
em uma Lei Ordinária Municipal, que pela hierarquia Municipal, que pela
hierarquia das leis é a menos influente de todas no arcabouço da legislação
brasileira. Nós entendemos que, quando os legisladores federais, os
constituintes, resolveram colocar algo na Constituição de 88, que nenhuma
Constituição desde 1824, quando Imperador D. Pedro I, fez a primeira
Constituição, nenhuma delas, nem a de 67, nem a de 69, havia dado aos
Vereadores brasileiros o instituto da inviolabilidade.
O instituto da
inviolabilidade só não tem o alcance da imunidade parlamentar estadual e
federal, porque, para se processar um deputado, a que se conceder, pela
respectiva Assembléia ou Câmara Federal, licença para que se processe esse
deputado.
A inviolabilidade só não tem
essa faceta, ou seja, se um vereador cometer um homicídio, não há necessidade
da Câmara dar licença para ele ser processado, ele será processado
automaticamente. Então, só isso diferencia a imunidade da inviolabilidade, mas
a inviolabilidade dá o direito ao vereador, ele é inviolável pelas suas
palavras, atos, votos, no âmbito do Município.
Tento, desta tribuna, chamar
atenção dos Vereadores, que não adianta colocar nas leis ordinárias questões
que vão-se chocar com a Lei Maior, que é a Constituição Federal, e que serão
inócuas essas disposições. Por isso, eu acho que amplitude da Lei do Ver. João
Verle, essa lei foi literalmente copiada, tão copiada que se chegou a ter que
alterar algumas questões de uma lei feita na Assembléia. O problema é que os
deputados não quiseram estudar o problema da imunidade. Agora, aqui, na Câmara,
não há que se colocar dispositivos que venham depois a ser inócuos em relação à
Constituição Federal. Por isso, peço a supressão do art. 5º e seus parágrafos,
porque eles são condições punitivas ou proibitivas ao parlamentar que a
Constituição libera pelo instituto da inviolabilidade. Por isso, creio que deve
ser aprovada esta Emenda porque ela não alterará o fundamento maior que é o
Código de Ética, que em bom momento o Ver. João Verle propôs. Mas não adianta
querer ser mais realista que o rei. Querer proibir o Vereador de dizer o que
ele pensa numa assembléia, por exemplo, do Orçamento Participativo se ele tem a
inviolabilidade pelas palavras. Não adianta dizer na lei que o Vereador não
pode faltar com o respeito em assembléias. Tudo bem, compete ao Vereador ter
respeito. Agora, se por um momento, por motivos que no momento não cabe
analisar, ele ultrapassar os limites do bom senso e disser alguma coisa que
seja considerada ofensiva em relação a
uma discussão qualquer, não adianta querer punir esse Vereador porque ele é
inviolável pela Constituição.
Então, alguns dispositivos,
desta Lei que vamos aprovar, são absolutamente inócuos se deixar no texto da
lei, porque amanhã ou depois ele chocar-se-á com a Constituição Federal, que é
a Lei Maior e deve ser rigorosamente obedecida. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Airto Ferronato está com a palavra, para
encaminhar a Emenda nº 07.
O SR. AIRTO FERRONATO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, não
estamos tratando do Código de Ética Parlamentar que já votamos favoravelmente.
Somos favoráveis a diversas emendas que acho importantes e necessárias. Uma
coisa precisa ser dita, existe uma lei que diz que é proibido fazer campanha,
colocar cartazes, distribuir santinho, colocar adesivo nos veículos, etc.,
antes das convenções. Olhem os carros da Câmara antes das convenções e,
inclusive, dos Vereadores, para ver como se estava respeitando essa Lei, que é
proibido fazer campanha antes das eleições. Daí porque também é um aspecto de
uma análise de ética na campanha política, sim, Senhores. Se é proibido, é
proibido: ou será que nós fizemos leis para os outros cumprirem e nós, não? Se
é proibido colocar adesivos antes das convenções, deveria ser proibido colocar,
inclusive, aqui no entorno da Câmara.
(Aparte anti-regimental.)
Vereador, eu não estou aí
para bobo. Mas é proibido colocar santinho, adesivo, placa, muro, antes das
convenções. Agora já é um pouco tarde. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Isaac Ainhorn): Em votação a Emenda nº 07. (Após
a chamada nominal.) REJEITADA a
Emenda nº 07 por 11 votos SIM, 12
votos NÃO, restando prejudicadas as
Subemendas nºs 01, 02 e 03 à Emenda nº 07.
Em votação as Emendas nºs 01,
03, 05, 06 e 09 apostas ao PR nº 010/94. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que as
aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADAS.
Em votação a Emenda nº 14.
(Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.
O SR. JOÃO VERLE (Requerimento): Solicito verificação de votação da
Emenda nº 14.
O SR. PRESIDENTE: (Após a chamada.) REJEITADA a Emenda nº 14, por 12 votos SIM e 11 votos NÃO.
Em votação nominal por
solicitação deste Vereador, a Emenda nº 16. (Após a chamada.) REJEITADA por 03 votos SIM, 22 votos NÃO.
Por não ter sido apregoado na
Sessão anterior, porque foi encerrada a Sessão, nós apregoamos o Requerimento,
de autoria do Ver. Airto Ferronato, que solicitava Licença para Tratamento de
Saúde no dia 12 de junho que, na oportunidade, já tinha chegado à Mesa o
Atestado Médico.
Em votação a Subemenda nº 01
à Emenda nº 01, de autoria do Ver. Antonio Hohlfeldt.
(Pausa.) Os
Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.
Concluímos, portanto a
votação do Código de Ética Parlamentar.
Convidamos o Ver. Edi
Morelli, 1º Vice-Presidente desta Casa, para que assuma os trabalhos, uma vez
que este Presidente tem que receber, neste momento, o Ministro Krauser, que se
encontra em meu gabinete.
DISCUSSÃO
GERAL
1ª SESSÃO
PROC. 2379/95 - PROJETO DE
RESOLUÇÃO Nº 043/95, de Comissão Especial, que propõe alterações no Regimento da Câmara
Municipal de Porto Alegre. Com Emendas nºs 01, 02, 03, 04, 06, 07, 08, 09, 10,
11, 12 e 13.
Parecer
-
da Comissão Especial, relator Vereador Elói Guimarães: pela aprovação do
Projeto e das Emendas nºs 01, 02 e 03, e pela rejeição das Emendas nºs 04, 06,
07, 08, 09, 10, 11, 12 e 13.
Observações:
- discussão e votação nos
termos do Art. 126 e seus §§. Do Regimento da CMPA;
- retirada a Emenda nº 05.
O SR. PRESIDENTE (Edi Morelli): Em discussão o PR nº 043/95.
(Pausa.) Não havendo quem queira discutir, encerramos a discussão em 1ª Sessão.
Requerimentos encaminhados à
Mesa. (Lê Requerimento nº 120, de autoria do Ver. Gérson Almeida.)
O SR. AIRTO FERRONATO (Questão de Ordem): Esse Requerimento está
incompleto. Não está dizendo a entrega a quem, quando, como. Eu sugiro que seja
arquivado pelo autor para que se dê uma nova redação para que se possa
compreender o que se está votando.
O SR. JOÃO DIB (Questão de Ordem): Eu creio que o Ver. Airto
Ferronato tem razão. O texto não diz exatamente o que o Vereador pretende,
porque o colégio não será entregue pelo Estado. O Estado deve buscar uma
solução para que o colégio não seja devolvido aos proprietários.
O SR. GUILHERME BARBOSA (Questão de Ordem): Quero discordar um
pouco das colocações feitas. Parece claro o texto da Moção. Evidente que os que
não concordarem votem contra. Acho que tem um objetivo determinado, um
encaminhamento correto, portanto, devemos votá-la.
O SR. LUIZ BRAZ (Questão de Ordem): Sr. Presidente, as coisas não
podem ser enfiadas “goela abaixo” dos Vereadores desta Casa. Se o texto está
confuso e alguns Vereadores não o entenderam, esta matéria não pode ser votada.
Impor a votação é ditadura.
O SR. PRESIDENTE: O Requerimento está claro, tem endereço claro - o
Governador do Estado e a Secretária de Educação. Vamos colocá-lo em votação; os
Vereadores que não estão concordando, que votem contra. No entendimento deste
Presidente dos trabalhos, este Requerimento atende a todas as exigências para
tal.
O SR. JOÃO DIB (Questão de Ordem): Considero que o Requerimento
possa ser votado, mas a Câmara está pretendendo encontrar uma solução; de
repente, redigimos mal e a coisa não funciona. Então, o Requerimento pode ser
votado, mas, depois, o autor poderia fazer uma redação melhor, porque não fica
bem para a Câmara encaminhar ao Governador do Estado um ofício que não espelha
a realidade, parecendo que a Câmara esteja alheia ao assunto.
O SR. PRESIDENTE: Não consigo entender onde residem as dúvidas. Há
o nome da escola, seu endereço e seu objetivo - a luta contra a entrega, pelo
Estado, do terreno.
O SR. JOÃO MOTTA (Questão de Ordem): Neste estágio do processo, até
para efeito de esclarecimento que seria fornecido pelo autor, que não está
presente, seria possível transferirmos a votação para segunda-feira?
O SR. PRESIDENTE: A assessoria nos informa que ele não pode ser
adiado; pode ser retirado.
O SR. JOÃO MOTTA: Podemos, então, retirar, para efeito de votação
na segunda-feira, é possível?
O SR. PRESIDENTE: É possível, Vereador.
A Mesa esclarece, o
Requerimento só pode ser retirado pelo autor ou pela Presidência. Estou
deferindo a retirada do Requerimento para que ele seja melhor elaborado.
Retirado o Requerimento pela Presidência dos trabalhos.
Requerimento nº 122, de
autoria do Ver. José Valdir, Moção de Apoio à luta empreendida pela
Clínica Kinder Physioglobal.
Em votação. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
O SR. HENRIQUE FONTANA (Questão de Ordem): Sr. Presidente, não há
mais Requerimentos sobre a Mesa? Apresentei um Requerimento pedindo urgência
para o processo de desafetação da área da Vila Cosme Galvão.
O SR. PRESIDENTE: O seu Requerimento não andou tão depressa quanto
o do Ver. José Valdir.
Senhores Vereadores, o
processo estava na Mesa e foi retirado pelo Sr. Presidente da Casa. Não sei
qual o motivo.
Qual o artigo do Regimento em
que o Presidente se embasou para retirá-lo?
A Assessoria informa a Mesa
que este procedimento pode ser adotado quando não atende a alguns procedimentos
regimentais. Como o Presidente não informou à assessoria, este Presidente dos
trabalhos, também, não pode informar a V. Exa. Ver. Guilherme Barbosa, não
temos nada para votar. Não posso colocar em votação o Projeto. Quem pode
responder é o Presidente da Casa que não está presente, neste momento.
O SR. HENRIQUE FONTANA: Eu recebi do Ver. Mário Fraga uma sugestão
e eu apresento um outro Requerimento neste momento a V. Exa. de mesmo teor.
O SR. PRESIDENTE: Se é do mesmo teor, por um princípio de ética,
vou ser obrigado a retirá-lo, pois eu não posso, na qualidade de Primeiro
Vice-Presidente da Casa, não posso desfazer algo que o Presidente da Casa fez.
Espero que V. Exa. entenda a minha posição.
O SR. GUILHERME BARBOSA (Questão de Ordem): Sr. Presidente dos
trabalhos, Ver. Edi Morelli, o que nos ilumina e determina o comportamento
desta Casa é o Regimento. O Presidente não está neste momento, mas a Assessoria
Legislativa teria condições de dizer qual a falha regimental do Requerimento
apresentado. Se não houve falha, nós não podemos aceitar que não seja votado.
Passa a ser uma demonstração autoritária e sem embasamento regimental.
O SR. LUIZ BRAZ (Questão de Ordem): Sr. Presidente, eu não sei
quais foram os motivos que levaram o Presidente a retirar, mas acontece que o
Projeto não está em pauta. Talvez seja este um dos motivos. Mas como o
Presidente chegou... Urgência tem que estar em pauta.
O SR. PRESIDENTE: Ver. Luiz Braz e demais Vereadores, o artigo 161
do Regimento Interno da Câmara Municipal tem o seguinte teor: (lê o artigo.)
Portanto, o Presidente retirou - e eu volto a insistir que, se V. Exa. entrar
com outro Requerimento, na qualidade de 1º Vice-Presidente da Casa e Presidente
dos Trabalhos, no momento, vou ser obrigado a retirar também, por questão de
ética de trabalho da Mesa.
O SR. HENRIQUE FONTANA (Questão de Ordem): Agora nós temos uma
situação melhor para resolver o impasse porque o Presidente está presente.
portanto, não vou apresentar outro Requerimento. Eu aguardo para ouvir o
Presidente a respeito do motivo pelo qual o Requerimento que reivindica
urgência para o processo não foi posto em votação.
O SR. PRESIDENTE: Nós solicitamos ao Ver. Isaac Ainhorn, Presidente
da Casa que, ao presidir os trabalhos retirou o Requerimento, que assuma os
trabalhos.
O SR. PRESIDENTE (Isaac Ainhorn): Ver. Henrique Fontana, V. Exa.
pode repetir a questão?
O SR. HENRIQUE FONTANA: Sr. Presidente, eu fiz uma Questão de Ordem
ao Ver. Edi Morelli, que estava presidindo os trabalhos, porque nós
apresentamos um Requerimento solicitando urgência na tramitação do processo que
visa à desafetação da área da Vila Cosme Galvão. E esse Requerimento não entrou
em votação. Terminaram os Requerimentos e o Presidente informou que não havia
mais nenhum sobre a Mesa.
Houve um informação de que V.
Exa. teria retirado o Requerimento da Ordem do Dia e nós não sabíamos o motivo
pelo qual foi retirado. Então sugeri que fosse apresentado um novo
Requerimento.
O SR. PRESIDENTE: Apenas por uma questão de entendimento com o
Vereador de sua Bancada, discutimos a oportunidade ou não da votação deste
Requerimento. Como não havia uma convicção absoluta sobre a oportunidade do
momento, eu solicitei à Diretoria Legislativa a retirada, que não votássemos
este Requerimento nesta oportunidade. Agora, evidentemente, se qualquer
Vereador insistir na sua votação, nós ainda estamos na Ordem do Dia e não há
problema nenhum.
O SR. LUIZ BRAZ (Questão de Ordem): Sr. Presidente, se V. Exa. que
é o Presidente da Casa não tem a convicção necessária que este Plenário possa
votar este Requerimento, eu acredito que a decisão de V. Exa. agora, revogando
a decisão anterior coloca realmente um pouco de confusão naquilo que nós
poderemos fazer.
O SR. PRESIDENTE: Vou esclarecer, Ver. Braz, o que acontece é que o
meu juízo é um juízo de mérito quanto ao momento. Eu reflexiono sobre a
questão, se é o momento ou não. As questões têm um tempo, como tudo na vida, de
amadurecimento. Então, eu entendi, nessa reflexão de mérito, em contato com
Vereadores da Bancada governista que têm interesse no Requerimento...
O SR. HENRIQUE FONTANA: Quais os Vereadores? Mas não é essa a
informação que eu tive do Ver. João Motta.
O SR. PRESIDENTE: Eu não vou polemizar com V. Exa., tanto é que o
Requerimento vai ser colocado em votação. Não há problema nenhum, é legítimo e,
na condição de Presidente da Casa, junto com o Secretário, nós ordenamos os
trabalhos administrativos e o material sobretudo de Requerimento, mas se há uma
insistência no sentido de que se vote este Requerimento, nós vamos votá-lo. V.
Exa. reitera na condição de Líder do seu Partido, ele vai ser votado.
(Apregoa o Requerimento de
autoria do Ver. Henrique Fontana.)
Antes de colocar em votação
esse Requerimento, esta Presidência informa que nesta semana realizou uma
inspeção “in loco” na Vila Cosme Galvão, onde examinou a área em litígio,
objeto do pedido de desafetação. Tratava-se de um antigo loteamento. Aquela área
era destinada para praça e há um assentamento de muitos anos de várias famílias
em cima dessa área, razão pela qual gostaríamos de deixar informado o registro
da visita de dez Vereadores e assessores da Casa numa inspeção realizada
naquela área. Portanto, colocamos em votação o Requerimento.
O SR. DILAMAR MACHADO (Questão de Ordem): Eu gostaria que V. Exa.,
até pela dignidade do cargo que ocupa, corrigisse a expressão usada. Não foi
uma inspeção. V. Exa. foi, como Presidente da Casa, numa Comissão Externa desta
Casa que foi constituída com esse objetivo. Consulto V. Exa. se é possível
declarar, embora o mérito da matéria, em regime de urgência matéria que não
cumpriu minimamente o período de Pauta, nos termos do artigo 110 do Regimento.
O SR. PRESIDENTE: Quanto à primeira questão, assiste razão a V.
Exa. Nós realizamos uma inspeção, fruto de um Requerimento de uma Comissão
Externa, imediatamente, despachada por este Presidente, tendo em vista a
urgência e a relevância da matéria, ouvidas as diversas Comissões Permanentes
da Casa. Este Vereador, na condição de Presidente, colocou à disposição dos
Vereadores do conjunto da Casa todas as condições para que a Comissão Externa
fosse inspecionar a área.
Quanto à segunda questão,
informamos a V. Exa. que esse Projeto já correu as pautas. Esse Projeto já se
encontra no âmbito da Comissão de Constituição e Justiça.
O SR. CLOVIS ILGENFRITZ (Questão de Ordem): Sr. Presidente, na
condição de membro da Comissão Externa, quero que conste nos Anais da Casa que
este Vereador não esteve presente, porque estava em Licença de Tratamento de
Saúde.
O SR. PRESIDENTE: Já consta nos Anais, já que foi apregoada a sua
licença aqui na Casa.
Nós informamos ao Ver.
Dilamar Machado que o projeto em questão correu uma Pauta normal na Sessão
Ordinária do dia 3 de junho e, depois, ele correu duas Pautas no mesmo dia 3 de
junho, na 3ª Sessão Extraordinária e na 4ª Sessão Extraordinária, na ocasião em
que correram as Pautas da GIT, aprovadas por esta Casa.
O SR. LUIZ BRAZ (Questão de Ordem): Sr. Presidente as Comissões
desta Casa existem para que possam averiguar uma situação, estudar uma situação
e emitir um parecer, a fim de que esse parecer possa orientar o Plenário sobre
aquilo que vai ser realizado, sobre o que vai ser votado.
Pergunto essa Comissão
Externa que foi visitar a localidade da Cosme Galvão emitiu algum parecer,
algum juízo de valor a respeito do assunto? O único parecer que eu tenho, que
chegou até este Plenário, é o emitido por V. Exa., que disse estar confuso com
referência à situação. Eu perguntaria se existe um outro parecer que possa
orientar o Plenário.
O SR. PRESIDENTE: Nós queremos deixar claro que este Vereador não
se encontra absolutamente confuso sobre nada. Em segundo lugar, o Ver. João
Motta tinha dúvidas sobre a questão de colocar ou não a urgência, e este
Vereador dúvidas tinha, porque a matéria, no entendimento deste Vereador, não
como Presidente da Casa, não está suficientemente amadurecida. Mas esta é uma
visão pessoal. Agora, tinha dúvidas, em nome da verdade eu declaro isso.
O SR. HENRIQUE FONTANA (Questão de Ordem): Sr. Presidente, eu quero
dizer que nós estamos fazendo uma discussão de mérito...
O SR. PRESIDENTE: Não é discussão de mérito Vereador, está sendo
votado o Requerimento.
O Ver. João Dib está com a
palavra, para encaminhar.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, a Cidade toda
sabe que ando de bengalas e, eventualmente, de cadeira de rodas, mas isso não
impede que eu acompanhe as coisas que acontecem na Cidade. Agora, ao Executivo
Municipal parece-me que faltam todas as coisas, além das bengalas, das cadeiras
de rodas, a cabeça, até, para encaminhar a esta Casa um Projeto do porte deste
que aqui está sendo encaminhado, e pedir urgência. Isso é um desaforo para esta
Casa! Isso é uma afronta para esta Casa! Isso não se faz! Um projeto que não
tem nenhuma instrução, onde a vida da Cidade se altera!
Aqui há um documento que, se
fosse mandado por mim, Prefeito, diriam que era negociata. Já estão construindo
casas, já há uma minuta de contrato para uma concorrência a ser feita, talvez,
e para vender e anunciar nas nossas rádios e jornais o que estão fazendo. Mas o
que tem de informação para o Vereador desta Casa, para fazer regime de
urgência? Eu coloco dúvida, Sr. Presidente, sobre a juridicidade da medida do
Prefeito. O Prefeito, na forma da Lei Orgânica, pode fazer Direito Real de Uso
para o patrimônio da Prefeitura, mas esse não é um patrimônio da Prefeitura.
Ele está tentando fazer bens de uso comum do povo desafetando, para dar Direito
Real de Uso. Isso não se faz assim. Eu já fiz pesquisas jurídicas.
Este Projeto do Prefeito foi
montado a partir do dia 15 de maio. Dia 28 de maio entregaram ao Prefeito uma
planta, ele fez um Projeto de Lei, mandou para a Casa no dia 30 de maio, e no
dia 14 de junho querem urgência de uma matéria desta importância! O único
documento que há aqui e tem alguma validade, foi proposto por este Vereador, e
é um Pedido de Informações sobre a Vila Cosme Galvão, que o Executivo respondeu
parcialmente. E nós vamos dar urgência para que depois façam as mesmas coisas
que aconteceram na Vila Planetário e outras que aí estão na Cidade? E na Vila
Murá, prédios de 40 m2, sobrados vendidos a vinte e tantos mil
reais, mais que um CUB por metro? Ou para fazer igual ao Leopoldina, onde as
avaliações eram 0,6 do CUB o metro quadrado e o DEMHAB conseguiu operar e
transacionar por 1,2, infernizando a vida de todos os moradores do Jardim
Leopoldina que adquiriram através dessa potência, que é o DEMHAB, e que também
não tinha autorização do Conselho Deliberativo para fazer o que fez? Então é
isso que querem de nós? Urgência? Eu acho que é uma afronta, Sr. Presidente,
Srs. Vereadores, à Bancada do PT e também aos moradores que ali estão. É uma
afronta aos Vereadores. Não se pode fazer uma coisa dessas. Eu disse, quando
fui procurado, que eu seria o mais contundente dos adversários na luta por uma
coisa que não existe. O que não existe é um Projeto. Isto aqui, para quem diz
que tem 23 anos de residência no local, devia, no mínimo, ter 23 centímetros de
altura. Não tem nada aqui, absolutamente nada! Eu acho uma desonra para esta
Casa votar urgência para esta coisa! Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Henrique Fontana está com a palavra.
O SR. HENRIQUE FONTANA: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, nós queremos aqui manter a calma e queremos trazer informações à
Casa. Nós queremos dizer que aquilo que o Ver. João Dib fez aqui não é
exatamente o que está sendo discutido. Nós temos uma área, sim, ocupada há mais
de 23 anos. Essa área não é mais uma área de uso comum do povo. O que se pede a
esta Casa é a desafetação de uma área para que se possa, de fato, radicar as
famílias que moram ali há tantos anos. Agora, Ver. João Dib, Srs. Vereadores e
Lideranças, nós estamos aqui em nome da Bancada do Governo para oferecer
qualquer tipo de esclarecimento que seja necessário. O que nós estamos querendo
votar hoje é a urgência na tramitação desse Projeto. Por que a urgência?
Porque, de fato, é urgente e não é, Ver. João Dib, que há quinze dias tenha
sido feito isso aqui. O Projeto de regularização fundiária que hoje é
encaminhado nesse Município, tem 65 vilas encaminhadas e existem anos de
discussão, Vereador, a respeito do Projeto...
(Aparte anti-regimental do
Ver. João Dib.)
O SR. PRESIDENTE: Está suspensa a Sessão.
(Os trabalhos foram suspensos às 11h57min.)
O SR. PRESIDENTE (às 11h58min.): Estão reabertos os trabalhos.
Informamos ao Ver. Henrique Fontana que o seu tempo estava suspenso e que ele
tem três minutos e trinta e seis segundos para encerrar a sua manifestação no
encaminhamento do Requerimento de urgência.
Antes de retornar a palavra
ao Ver. Henrique Fontana, solicito ao Ver. Henrique Fontana e ao Ver. João Dib,
que se manifestam anti-regimentalmente, que colaborem para o bom andamento dos
trabalhos.
Fazemos, também, um apelo aos
moradores aqui presentes que aguardam uma deliberação nesta tarde, para que não
se manifestem das galerias, porque estamos votando, e esse trabalho é sério.
Contamos com o apoio da comunidade que nos recebeu de forma fraternal por
ocasião da visita de inspeção que a Comissão Externa desta Casa realizou.
O Ver. Henrique Fontana está
com a palavra.
O SR. HENRIQUE FONTANA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, dizia, ao
nobre Ver. João Dib, que o processo de regularização fundiária tem muitos anos
e que esse processo que estamos discutindo trata de uma parte da regularização
fundiária do Município de Porto Alegre.
Dizia, a respeito do mérito,
que temos diversas áreas em Porto Alegre que são de uso comum e que estão
ocupadas por moradores há muitos anos.
O Projeto de regularização
fundiária busca permitir a concessão do Direito Real de Uso para essas
famílias, portanto é preciso desafetar essas áreas. É isso que estamos discutindo
na Câmara de Vereadores de Porto Alegre, neste momento, a respeito de uma área
que abriga a Vila Cosme e Galvão, e o Executivo solicita, ao Poder Legislativo,
autorização para desafetar a área, para poder dar continuidade ao programa de
regularização fundiária.
Existiram dúvidas de alguns
Vereadores, de que algumas residências naquela área não respeitavam os limites
de 150m² determinados na Lei nº 292, de concessão do Direito Real de Uso. Nós
estamos encaminhando, foi protocolada nesta Casa, uma Emenda que visa a
garantir claramente uma salvaguarda de que, se algum dos moradores não
atenderer aos requisitos da Lei nº 292, ele não receberá a concessão do Direito
Real de Uso, e sim, terá uma permissão remunerada de uso, portanto, uma
situação diferente de quem recebe a concessão do Direito Real de Uso.
Por que o Executivo pede a
urgência? Porque a urbanização dessas áreas consta de um Projeto enviado à
Caixa Econômica Federal, enviado com o protocolo do Projeto, e o financiamento
depende da desafetação das áreas. Senhores Vereadores, se há algum
inconveniente ou alguma dúvida com relação à desafetação dessa área, tragam-na
ao Líder da Bancada do PT e buscaremos esclarecimentos. Estamos propondo a este
Plenário que se debata claramente esse tema. Se somos a favor ou contra a
desafetação, se temos dúvidas, vamos esclarecê-las. O que não podemos é
postergar o debate, é isso o que busca o Pedido de Urgência colocado neste
Requerimento. Não queremos impedir aqui o estudo, a análise, ao contrário,
queremos aprofundá-la e acelerar o seu andamento. Não podemos esperar por uma
questão que não aparece. Uma das dúvidas que apareceu, durante a visita,
colocada pelo Ver. Dilamar Machado, que presidia a Comissão Especial, ou a
Comissão Externa que visitou o local, serviu para esclarecer e encontrar uma
Emenda que buscava solucionar o problema levantado por ele.
Nós podemos, Ver. João Dib,
debater o Programa de Regularização Fundiária, se somos contra ou a favor, se
queremos ou não desafetar aquela áreas para que as famílias possam ficar lá.
Todos os Vereadores têm direito de ter, obviamente, as suas posições
divergentes ou não, mas não podemos impedir este Plenário que estabeleça
democraticamente qual é a vontade da maioria, em cima de argumentos, em cima de
debates. Encerro dizendo ao nobre Ver. João Dib que, na minha opinião, V. Exa.
é um Vereador sério, e o debate, aqui, não se trata de estar a vigarice de um
lado ou de outro, mas se trata de mérito político que vamos debater da tribuna
e vamos votar. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Dilamar Machado está com a palavra, para
encaminhar o Requerimento de urgência ao PLE nº 33/96.
O SR. DILAMAR MACHADO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, venho à
tribuna com a tranqüilidade de quem lidou com o problema da habitação popular
em Porto Alegre. Inclusive na condição de Vereador-autor do Projeto de Lei que
permitiu a fixação da Vila Planetário, onde se encontra urbanizada pela
Administração do Município, com a manutenção das famílias que ali estavam
assentadas há muitos anos, cujo terreno havia sido doado à entidade
assistencial, e que por lei deste Vereador reverteu ao domínio do Município.
Também com autoridade de quem
elaborou a nossa Lei Orgânica atual, juntamente, com o companheiro Lauro
Hagemann e outros Vereadores, incluímos o art. 1º das disposições transitórias
que trata do Direito Real de Uso, que diz: “Será dado o Direito Real de Uso aos
ocupantes de áreas pertencentes ao Município e suas autarquias, até 31 de
janeiro de 1989.” Com um detalhe - nenhum Vereador desta Casa tem a intenção de
colocar obstáculo ao sonho de cada um dos moradores da Vila Cosme Galvão. Pelo
contrário, a nossa intenção coletiva é de dar a nossa mão àquelas famílias,
enquanto o poder de Vereador nos permite. Agora, alguns cuidados são
fundamentais e digo isso em defesa dos interesses dos próprios cidadãos pobres
que moram naquela área: a Lei Orgânica determina que a pessoa, para obter o
Direito Real de Uso, faça a prova de não ser proprietário de outro imóvel.
Então, isso é fundamental para que nós possamos, Ver. João Dib, votar
conscientemente à matéria. Eu digo isso aos moradores da Cosme Galvão que
quando Diretor do Departamento Municipal de Habitação eu retirei de obras do
nosso Departamento, de obras feitas com o dinheiro do povo, como o Conjunto
Residencial Sarandi, pessoas que eram proprietárias de três apartamentos na
mesma rua e que invadiam o apartamento para depois dizerem que eram
proprietários e repassá-los a terceiros. Hoje, o Conjunto Guapuruvu, lá na Zona
Norte, que foi edificado durante a nossa administração no DEMHAB, com 840
apartamentos, a maioria já vendeu a chave. É claro que o Direito Real de Uso
proíbe aquele que o receber o direito a alienação. Ninguém pode vender o que
vai receber ali.
É isto que nós pensamos em
manter aquelas famílias onde estão, com a ressalva feita pelo companheiro
Fontana, porque eu pelo menos notei, na visita que fizemos, que existe uma
esquina, que tem uma loja, um sobrado com dois andares, Ver. Luiz Braz, e que
tem ali uma indústria. Isso não é habitação popular e não se pode falar em
direito. Não estão usando um prédio - quando eu digo prédio eu me refiro ao
terreno onde foram edificados dois andares e de que é de uso comum do povo,
exclusivamente para uma pessoa que eu não sei quem é.
Também sei que ali no
interior da Vila tem uma residência que tem só de área construída mais de 400m2.
Isso não é habitação popular. Esses cuidados nós precisamos ter, obedecendo a
Lei Orgânica do Município, que ao regulamentar o Direito Real de Uso fixa em
150m2 o terreno.
Então, com esses cuidados,
especialmente com a prova que é de interesse dos pobres que ali estão
residindo, com direito social adquirido, provarem que não têm outra residência,
que não têm outro terreno de Porto Alegre, que não têm outro prédio em Porto
Alegre.
Por isso, Ver. Fontana não se
pode fazer. Eu prefiro fazer uma obra bem feita em trinta dias do que fazer uma
obra defeituosa em uma semana que venha, depois, prejudicar os próprios
interessados.
Não há de parte da Bancada do
PDT nenhuma intenção de colocar obstáculos à tramitação desta matéria. Nenhuma,
apenas o cuidado de preservar a dignidade da atuação do Vereador. Tanto que,
Ver. Henrique Fontana, junto com o Projeto da Vila Cosme Galvão, vieram mais
dois, da Vila Nova Brasília e da chamada região dos Jardins, da Vila Jardim.
Nós, conversando com V. Exa., e até desta tribuna, entendemos que aqueles
Projetos deveriam ter urgência imediata, porque, quando eu fui Diretor do
DEMHAB, há 10 anos atrás, já havia o problema, eu conhecia o problema,
principalmente da Vila Nova Brasília.
Então, eu quero dizer a V.
Exa. do meu ponto de vista. Em nome destas pessoas que aqui estão, em nome da
dignidade da Câmara Municipal, em nome da preservação da própria Administração
do Município de Porto Alegre, me parece que seria interessante completarmos o
Processo, antes de votarmos a urgência e entrarmos na decisão de mérito. De
qualquer forma, eu acho que a urgência é aprovada. Se for votado o Requerimento
eu voto a favor da urgência, Vereador. Só acho, eu pessoalmente, não é uma
decisão da Bancada, não sei até que ponto se poderá ter condições, aprovada a
urgência, de votar o mérito em poucos dias. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Jocelin Azambuja está com a palavra, para
encaminhar o Requerimento.
O SR. JOCELIN AZAMBUJA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, em nome da
Bancada do Partido Trabalhista Brasileiro, por deferência do nosso Líder Ver.
Luiz Braz, nós estamos encaminhando no sentido de que processos dessa natureza
não tramitem sem um estudo mais aprofundado. Nós somos Vereadores, fomos
eleitos com uma responsabilidade com toda a população de Porto Alegre. Fomos
eleitos com a responsabilidade de buscar soluções para os problemas de Porto
Alegre. E, lamentavelmente, estamos vendo um processo de tamanha envergadura,
de tamanha responsabilidade social, querer ser encaminhado sem nenhum conteúdo
mais amplo. Isso, no mínimo, seria uma grande irresponsabilidade de nossa
parte. Os moradores têm que entender que nós precisamos, para votar uma matéria
dessas, não simplesmente porque olhamos para os Senhores e achamos que os
senhores precisam, vamos pegar e decidir uma matéria sem um exame aprofundado e
necessário. Existem comissões nesta Casa, como a Comissão de Constituição e
Justiça, que tem que opinar para esse tipo de matéria, bem como a Comissão de
Finanças e Orçamento e a Comissão de Transporte e Urbanismo. Não se pode fazer
as coisas do tipo “toma-lá-dá-cá”. Claro que poderiam nos acusar de que isso é
questão eleitoreira, que em véspera de eleição estão querendo mandar um
processo ligeirinho para regularizar a vida de 70, 80 famílias. Poderiam até
acusar o Executivo que ficou 23 anos com esse processo assim, e que, de
repente, às vésperas de uma eleição, poderiam acusar o Prefeito. Nem foi
discutido o Projeto, nem foi analisado pelas comissões e já estão querendo
votar. É uma coisa muito perigosa. Não podemos tratar as coisas com tamanha
irresponsabilidade.
Claro que os senhores querem
regularizar suas vidas. Estão aguardando há 23 anos. Mas tenho certeza de que
nenhum dos senhores teria prejuízo em aguardar mais 30 dias, porque esse seria
o tempo necessário para que as Comissões examinassem o Processo. E vocês, como
munícipes de Porto Alegre, como cidadãos sérios, como cidadãos responsáveis,
teriam a tranqüilidade de dizer: “O nosso processo foi com base em todos os
procedimentos legais.”
Isso é o que não queremos.
Não queremos que esta Casa, que o próprio Poder Executivo seja acusado de estar
tomando atitudes eleitoreiras em véspera de eleição, querendo regularizar
vilas, o que não se fez em 8 anos de poder. Não queremos que ninguém seja
acusado disso. Queremos, como Vereadores desta Cidade, tomar deliberações com
responsabilidade, com profundidade e conhecimento. Isso aqui é projeto que se
apresente? Vamos pegar uma área de Porto Alegre simplesmente e destinar para
famílias que já me informaram, por exemplo, que há famílias com 500 metros
quadrados de área. Pode ser que seja mentira, mas tem que ser verificado. Não
podemos aprovar a toque de caixa sem respeitar a lei, matéria dessa natureza.
O SR. LUIZ BRAZ (Questão de Ordem): Começam a ofender o orador da
tribuna ou qualquer Vereador da Casa. Eu acredito que estamos fazendo com que
haja uma pressão que não é legal e eu peço a V. Exa. que coíba.
O SR. PRESIDENTE: A Mesa apela às pessoas que assistem a Sessão que
permaneçam em silêncio, democraticamente, ouvindo a manifestação do orador da
tribuna. Nós fazemos este apelo porque todos são nossos convidados e nos honram
muito com a sua presença, agora, se o fato, novamente, desta natureza vier a se
repetir colocando o desrespeito à Casa, ao Regimento, ao orador da tribuna, nós
vamos ter que tomar as medidas que nos determina o Regimento desta Casa. Temos
certeza que contaremos com a colaboração de todos e não teremos que usar esta
medida mais enérgica para manter a ordem dos trabalhos.
O SR. JOCELIN AZAMBUJA: Eu agradeço ao Ver. Luiz Braz e ao
Presidente da Casa, só para informar aos moradores, por exemplo: a Sra.
Madalena dos Santos mora na Rua Luiz Cosme, nº 469, tem 476m2. Está aqui a informação
oficial do Município de Porto Alegre. Tem outro aqui com 200m2 e
pouco e assim vai uma relação. Os senhores tem que ver que um processo desta
natureza tem que ter seriedade, não pode ser feito assim porque tem algumas
famílias que tem que resolver os seus problemas, nós queremos resolver os
problemas de todos, queremos resolver de maneira responsável. Não queremos
resolver de maneira demagógica, eleitoreira. Nós queremos fazer uma coisa que
realmente vocês tenham tranqüilidade no futuro de vocês, que sejam realmente
premiados pelo direito que têm, mas nós, neste momento, não podemos votar
favoravelmente porque, é no mínimo, um processo demagógico, para não dizer
outras coisas.
Um processo desta natureza,
desta importância, sem ser instruído devidamente, é uma falta de
responsabilidade. No momento em que nós tivermos falta de responsabilidade com
os moradores da Cosme, nós vamos ter que ter com todos os outros moradores de
Porto Alegre, das 250 vilas irregulares de Porto Alegre. A Cidade não pode
pegar os bens do povo e ficar distribuindo como se fossem benesses e presentes
para todo mundo, não! Nós temos que fazer as coisas de forma séria. Por isso,
nós vamos votar contrários ao Requerimento de urgência e queremos aguardar mais
30 dias para que as Comissões examinem e dêem os seus pareceres. Agora, desta
forma que está sendo encaminhado é muito demagógico e muito perigoso para esta
Casa. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Airto Ferronato está com a palavra, para
encaminhar.
O SR. AIRTO FERRONATO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Temos
diversos projetos aqui na Câmara. Um deles desafeta uma área de jardins na
viela integrante da quadra Barão de Bagé, Souza Lobo, Saturnino de Brito e
Protásio Alves; exatamente no quarteirão onde morei. Então, conheço a situação
por que passam os moradores dessas regiões, que têm dificuldades por morarem em
áreas não definitivamente regularizadas. É o mesmo que ocorre com a Vila Cosme
e Damião.
Se for pedida a urgência para
esse outro Projeto, também votarei favoravelmente. Acredito que o Executivo
errou; se há urgência, demorou demais para enviá-lo para cá. Mas eu, na condição
de Vereador em segundo mandato, enquanto estiver afeta a mim a responsabilidade
de dizer “sim” a qualquer processo que venha a distribuir renda ou áreas de
terra para cidadão pobre desta Cidade, parta de onde partir o projeto, do
Executivo ou do Legislativo, sempre darei meu voto favorável, como sempre fiz.
Sou filho de colono
sem-terra. Há 40 anos ouço falar em distribuição de terra. Reforma agrária
todos querem com a terra do outro; a deles não. Temos que terminar com esse
tipo de visão.
Não estive na Vila Cosme e
Damião, porque sofri uma cirurgia, mas meu gabinete esteve presente, mas há um
fato consumado, uma realidade de todos conhecida há muito tempo, entendo como
positivo esse tipo de ação, portanto, votarei favorável à urgência, muito embora
frizando: o Executivo errou!. O Sr. Prefeito se equivocou! Por que não enviar
antes à Câmara, para que, efetivamente, pudesse haver um debate maior? Como
a situação está, devemos votar favorável à urgência deste projeto, e também
- por quê não? - favorável à urgência dos outros projetos que tratam do mesmo
tema, porque conheço - e a maioria dos senhores Vereadores conhece - morei numa
destas áreas. Daí por que apelo à sensibilidade dos Srs. Vereadores para
votarmos favorável à urgência. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Próximo orador inscrito para encaminhar, como
autor, Ver. Henrique Fontana.
O SR. HENRIQUE FONTANA: Sr. Presidente, serei breve, quero trazer
alguns esclarecimentos em cima da fala do Ver. Dilamar Machado, quero expôr a
todo o Plenário de que o fato de pedirmos urgência hoje, não significa, em
hipótese alguma, que o Executivo queira votar este Projeto sem os
esclarecimentos aos Srs. Vereadores. Se for necessário adiar uma ou duas
Sessões, para trazer informações, estamos aqui com este objetivo e com este
compromisso.
O Ver. Jocelin, eleitoreiro
de fato é se bloquear a análise de matérias.
O SR. JOÃO DIB (Questão de Ordem): Acredito, Sr. Presidente, que o
Líder do PT usa a tribuna para discutir o mesmo assunto.
O SR. PRESIDENTE: A Mesa informa a V. Exa. aquilo que já havia dito
antes da manifestação do Ver. Henrique Fontana: O Vereador, neste momento,
encaminha como autor. Anteriormente havia encaminhado na condição de Líder do
PT. Consultada a Diretoria Legislativa, prestou a informação de que cabe duplo
encaminhamento, na condição de Bancada e na condição de requerente.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente me rendo ao Regimento. Registro que
é a primeira vez que ouço e vejo tal encaminhamento. Nunca houve.
O SR. HENRIQUE
FONTANA: Ao
contrário do Ver. João Dib, já vi diversas vezes o autor de Requerimento
encaminhar duas vezes a mesma matéria. Ouvi com atenção o Ver. Airto Ferronato.
Reconheço, Vereador, a crítica que V. Exa. faz ao Executivo de que deveríamos
ter tido mais agilidade e, que se de fato esses projetos são urgentes,
poderíamos ter tido mais qualidade, uma ação mais exemplar, mais rápida, e,
talvez, ter conseguido protocolar esse Projeto antes. Reconhecemos esse erro,
mas isso não pode nos impedir, em nenhuma hipótese - e V. Exa. colocou bem - de
solicitar a este Poder Legislativo que procure auxiliar na tramitação rápida da
matéria, porque, de fato, são processos difíceis, os da regularização
fundiária.
Para estabelecer, por exemplo
um projeto de estudo de viabilidade urbanística, que envolve, neste caso, 63
famílias, são precisas muitas reuniões, para estabelecer acordos de onde
diminui o terreno, onde aumenta outro: são processos lentos e difíceis, e por
isso demora. Reconheço sua crítica.
Ver. Jocelin Azambuja, V.
Exa. foi bastante infeliz ao analisar o tema, porque trouxe o argumento da
chamada exploração eleitoreira. Não, Vereador. Existe um programa de
regularização fundiária nesta Cidade, que envolve 65 vilas de Porto Alegre.
Este ato que estamos discutindo, que é a desafetação de uma área, é mais um ato
dentro desse programa. Eleitoreiro sim, seria chegar na véspera da eleição e a
Câmara bloquear a análise desses projetos. Ao contrário, a Câmara tem que
continuar analisando todos os projetos de forma normal e transparente. Cada
Vereador colocará a sua posição de mérito. Se V. Exa. acha que o projeto é
equivocado, que o programa é ruim, democraticamente, votará não. Eu tenho a
convicção de que o programa é bom e o projeto é adequado.
Portanto, votarei sim. A
Cidade quer é ouvir a palavra, o voto e a posição do Poder Legislativo. É
importante, também, destacar da falta de alguns Vereadores - e o Ver. Jocelin
traz um dado de 350 m de um terreno - duas coisas que acabam com esse argumento
falacioso para fugir do mérito do tema. Primeiro: há terrenos que aparecem no
cadastro inicial, terrenos únicos de metragem maior, porque há diversas
famílias dentro de um mesmo terreno e que serão desmembrados. Segundo, a
própria Lei Orgânica, do Município, estabelece que nenhuma área superior a 150
metros será concedido o Direito Real de Uso. Vossa Excelência deveria estudar a
Lei Orgânica, porque, então não faria uma intervenção desse tipo. O Projeto que
nós estamos votando não vai permitir que nenhuma família regularize uma área de
350 metros. Não existe essa possibilidade. A Lei Orgânica limita em 150 metros
de área a ser concedido o Direito Real de Uso.
Terceiro tema, Sr.
Presidente, nós estamos debatendo, aqui, exclusivamente, se a Câmara Municipal
de Porto Alegre autoriza a desafetação uma área, de uso comum do povo, para que
seja concedido o Direito Real de Uso para sessenta e poucas famílias. Só isso.
nós não estamos votando outras questões. Em que critérios será feito, etc.
etc., porque, isso tudo já é previsto na Lei. Não há possibilidade. A Lei que
esta mesma Câmara votou, sabiamente o fez. Por que esta Câmara votou
sabiamente? Porque ela entende que, onde existe famílias morando, há vinte,
trinta anos, é uma atitude completamente inaceitável do ponto de vista social,
que se levante a hipótese de demolir todas essas casas, de se desocupar esta
área e reconstruir, por exemplo, uma praça naquele local. Não é possível. O
ideal é que não houvesse ocupações dessas áreas e de que a população tivesse
renda e possibilidade de comprar seus terrenos em loteamentos normais, mas a
realidade social não pode ser mascarada em uma votação que nós vamos fazer
aqui. Quem entende que é um direito social das famílias que moram há vinte ou
trinta anos no local, ter o seu Direito Real de Uso, obviamente vai esclarecer
os fatos e votar o projeto com os esclarecimentos a favor ou contra. Muito
obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. JOCELIN AZAMBUJA (Questão de Ordem): Sr. Presidente, eu
gostaria que a Mesa me informasse se o documento de folhas 16, 17 e 18, deste
processo, onde consta que a dona Nadir Silva, da rua Luís Cobre, 425 tem 231m2;
Altair Silva tem 226; Jesus Lima tem 281, Félix Madruga 274, Elizabeth Beling
215, Celomar Wendel 226m2; Oscar...
O SR. PRESIDENTE: Vereador, nós vamos interromper V. Exa. por um
momento, pois nós não vamos continuar a Sessão assim. A continuar os tumultos
vamos evacuar o recinto. Nós já fizemos um apelo e este não está sendo
atendido. Continue, Ver. Jocelin.
O SR. JOCELIN AZAMBUJA: Continuando, Sr. Presidente, Odomar
Conceição 166m2; Agenor Ferreira 222; Madalena Moura 476m2...
O SR. PRESIDENTE: É uma questão de ordem, Vereador. A Mesa apela a
V. Exas. que permaneçam em silêncio ouvindo a formulação do Ver. Jocelin
Azambuja em Questão de Ordem de esclarecimento.
A Mesa apela a V. Exa. que
abrevie a questão.
O SR. JOCELIN AZAMBUJA (Questão de Ordem): Gostaria de que a Mesa
me informasse se os documentos acostados no Processo - que são de natureza,
conforme informação que existe aqui, do Poder Executivo -, quanto ao Pedido de
Informações do Ver. João Dib, de nº 141/95, são verdadeiros, se os números ali
contidos são corretos, se é um processo que tem documentos sérios e
responsáveis. A nossa manifestação quanto à metragem foi em cima deste processo
e não de nenhum outro. Então, eu lamento que o Ver. Henrique Fontana não saiba
ler e não conheça a documentação que está no processo.
O SR. PRESIDENTE: Apelamos que o processo seja devolvido à Mesa e
informamos à V. Exa. que os números são os constantes do Projeto de Lei que
tramita nesta Casa e também no Processo administrativo acostado aos autos.
Não temos mais Vereadores
inscritos para encaminhamentos. Encerramos os encaminhamentos.
Em votação o Requerimento de
Urgência ao PLE nº 33/96, de autoria do Ver. Henrique Fontana. (Pausa.) (Após a
chamada.) Consideramos nula a votação, por inexistência de quórum.
Estão encerrados os
trabalhos.
(Encerra-se a Sessão às 12h38min.)
* * * * *